Em dez anos, o número de acidentes nas estradas federais na Bahia caiu 67%, é o que mostram os dados da Polícia Rodoviária Federal. Em 2012, foram registrados 10.281 acidentes nessas rodovias, enquanto que no ano passado foram 3.413 acidentes.
As mortes nas rodovias federais que cortam a Bahia tiveram redução de 38% em dez anos. Em 2012, foram registradas 849 mortes no ano, enquanto o número total de mortes em 2022 nas rodovias federais foi 526.
Segundo a PRF, os números refletem os novos rumos da instituição, que mapeia dados estatísticos e, ao mesmo tempo, promove readequação na metodologia de fiscalização e controle.
“Ao longo desse período, a fiscalização e o policiamento nas rodovias foram intensificados. Houve aumento das rondas ostensivas e posicionamento das equipes em locais estratégicos e nos trechos mais movimentados e considerados críticos pelo alto índice de acidentes ou pelo elevado número de infrações de trânsito”, disse a PRF, por meio de nota oficial.
A BR-116, principal ligação do sudeste com o nordeste do país, corta o estado com 914 km de estrada, e continua sendo a rodovia com o maior registro de acidentes e mortes. Em 2022, o registro de acidentes caiu 70,4% em relação a 2012. Em números absolutos, a queda foi de 2.763 para 817, e as mortes de 242 para 116.
Neste mesmo período, a BR-324, que ocupava a terceira posição em número de acidentes e mortes, deu lugar à BR-101 – que, mesmo assim, tem em 2022 número de acidentes e mortes menor que em 2012. Das três BR’s, a BR-116 foi a que teve a maior redução de mortes em dez anos.
Número de acidentes em rodovias
BR | Acidentes | ||
2012 | 2022 | Variação | |
116 | 2.763 | 817 | – 70,4% |
324 | 2.741 | 725 | – 73,5% |
101 | 2.687 | 814 | – 69,7 |
Fonte: Polícia Rodoviária Federal
Número de mortes em rodovias
BR | Mortes | ||
2012 | 2022 | Variação | |
116 | 242 | 116 | – 52,1% |
324 | 102 | 53 | – 48% |
101 | 238 | 135 | – 43,3% |
Fonte: Polícia Rodoviária Federal
Em nota, a PRF diz ter implementado e ampliado ações para a prevenção de acidentes, como “o enfrentamento à embriaguez ao volante, controle da velocidade, fiscalização de ultrapassagens proibidas, verificação do uso do cinto de segurança para todos os ocupantes do veículo como também a utilização de dispositivos de retenção para crianças, além de coibir o uso de telefone celular ao volante”.
Em dez anos, as principais causas de acidentes se modificaram. No banco de dados da PRF, a falta de atenção dos motoristas foi a principal causa de acidentes em 2012. Foram 2.397 acidentes que resultaram no atropelamento de pessoas e animais, capotamentos, colisões e tombamentos, por exemplo.
Já em 2022, a reação tardia ou ineficiente do condutor foi a responsável por 351 acidentes, sendo a principal causa de ocorrências na rodovia. Acessar a via sem observar a presença de outros veículos, foi a segunda maior causa de acidentes no ano passado, com 309 registros e 29 mortes contabilizadas.
Imprudência
Em 2022, na Bahia, 28 pessoas morreram nas rodovias federais por acessarem a via sem observar a presença de outros veículos. Essa imprudência foi responsável por mais de 300 acidentes no ano passado.
No balanço feito pela Polícia Rodoviária Federal, problemas de conservação das rodovias estão entre as causas de acidentes, mas eles representam a maior parte dos motivos dos acidentes em 2022 – a imprudência está relacionada a grande parte das ocorrências.
Mais de 50% dos acidentes acontecem durante o dia. Os casos registrados à noite representam 36%. Segundo o instrutor rodoviário Elionardo Moreira de Almeida, motoristas deixam de lado a direção defensiva e negligenciam as possibilidades de falha mecânica do veículo.
Ele pontua que a educação do trânsito deveria ser feita de forma diferente: “o correto é aprendermos sobre o veículo, mecânica básica e direção econômica defensiva para, em seguida, começarmos a dirigir, porque, provavelmente, teremos uma probabilidade maior de preservar a vida e cumprir as normas e procedimentos”.
Fonte g1/Bahia