Atualmente, 31 crianças de famílias de imigrantes estão matriculadas em escolas da rede municipal de ensino de Feira de Santana. A maioria destas é da etnia Warao, indígenas venezuelanos que chegam à cidade em situação de vulnerabilidade social. Os dados foram apresentados pela secretária de Educação, Anaci Paim, durante o seminário “Educação e Migração: os desafios do acolhimento digno”, realizado nesta quarta-feira (30), na Associação Comercial.
A iniciativa promovida pela Prefeitura, através das secretarias de Desenvolvimento Social (SEDESO) e Educação (SEDUC), contou com a participação de várias outras entidades, como a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e Cátedra Sérgio Vieira de Mello.
A secretária de Educação, Anaci Paim, diz que a maior dificuldade no acolhimento a esse público nas escolas é o idioma.
“O conceito que a gente defende é que eles têm direito, independente se eles estão com a vida regular aqui ou não. Eles têm direitos ao acesso às escolas e eles são recebidos. Eles devem se inserir num ambiente regular com base na cultura que eles estão inseridos hoje, mas respeitando os aspectos culturais da origem deles. A importância desse evento é que ele traz à baila essa possibilidade da discussão da inserção, porque eles são cidadãos, e têm todo o direito”, completou.
O secretário de Desenvolvimento Social, Antônio Carlos Borges Junior, explica que um mapeamento realizado na cidade observou que imigrantes de diferentes nacionalidades e etnias vivem atualmente em Feira de Santana, a exemplo de venezuelanos, bolivianos, colombianos, africanos e asiáticos. Os imigrantes em situação de vulnerabilidade social recebem toda a assistência por parte do Município e da rede de proteção que envolve outros segmentos.
“Cinco famílias de índios Waraos estão situadas no bairro Mangabeira, onde são assistidas pela Secretaria de Educação através da matrícula nas escolas, são acompanhadas também pelo posto de saúde, fazendo a sua vacinação e todo um acompanhamento através do Consultório na Rua, iniciativa da Secretaria de Saúde, além do suporte com o CRAS E CREAS da região, que são equipamentos da Secretaria de Desenvolvimento Social”, destaca Borges Junior.
Ele explica ainda que o CRAS faz o diagnóstico daquelas famílias. “Observamos qual seu perfil, como está sendo a sua estrutura e avaliamos as demandas na área de saúde, na área de educação e na área Social para dar início aos cuidados e aos encaminhamentos”, pontua.
O secretário ressalta que o seminário tem um papel muito importante na discussão das políticas públicas, especialmente na definição da condução do processo de acolhimento.
“É nesse momento que discute como que vai ser a educação dessas crianças. Já que em alguns casos elas são matriculadas, mas depois vão embora para outra cidade. Então é um tratar novo, uma estrutura nova que estamos conhecendo e entendendo. Como iremos ensinar português para essas crianças que já estão nascendo aqui no Brasil, como iremos tratar isso daqui pra frente. Então essa discussão é um aprendizado para todos nós, é o primeiro momento que estamos discutindo com a UFBA, que está liderando esse processo, através do Núcleo de Apoio dos Imigrantes, e que vem para Feira de Santana fazer essa discussão ampliada”, relatou.
Fonte: Secom Feira de Santana