A Bahia se destaca entre os estados com o maior número de vencedores na 5ª edição do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, com a premiação de 11 artesãs e artesãos baianos. A cerimônia será realizada no dia 17 de novembro, no Centro Sebrae de Referência do Artesanato (CRAB), no Rio de Janeiro. O prêmio é o mais importante no país e tem como objetivo estimular a melhoria do artesanato brasileiro nas áreas da gestão, produção e comercialização, bem como na diferenciação do artesanato como produto sustentável em seus aspectos sociais, ambientais, culturais e econômicos.
O concurso premia as 100 unidades de produções artesanais mais competitivas do Brasil, promovendo e divulgando as melhores práticas, os seus produtos e os autores e/ou os responsáveis. Para o Artesanato Baiano, com este resultado, o SEBRAE reconhece que o artesanato produzido na Bahia cumpre seu papel de difundir os valores e expressões da cultura local, como também atua na perspectiva do práticas de gestão comprometidas com o desenvolvimento social e o meio ambiente.
De acordo com Ângela Guimarães, Coordenadora de Fomento do Artesanato da SETRE, a premiação é um reconhecimento para a cultura local.” A Bahia é destaque na lista TOP 100 do Sebrae confirmando a riqueza da expressão cultural do nosso artesanato e o seu reconhecimento por todo o Brasil. As artesãs e artesãos baianos e brasileiros estão de parabéns!”, confirma.
Os vencedores terão o direito de usar, por três anos, o selo “Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato – 5ª Edição”. Além de ter o reconhecimento nacional, as artesãs e artesãos premiados participarão de ação comercial realizada pelo SEBRAE Nacional e o Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro- CRAB, e terão seus produtos divulgados no catálogo do Prêmio.
Foram nove etapas de seleção até chegar ao final do resultado, premiando todos os escolhidos pelo TOP 100 que conseguiram a maior pontuação. Foram três juízes técnicos com enfoque em produtos, em métodos, nos processos e práticas de gestão, e no final, que avaliaram critérios como qualidade, condições de trabalho, experiência comercial e compromisso socioambiental, dentre outros.
No Artesanato Tradicional, os vencedores foram as artesãs e os artesãos Daniela Lacerda Conceição, da Associação de Produtores da Floresta do Baixo Sul da Bahia, em Ituberá; Denisval Santana de Souza – Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho, em Aratuípe; José Roque Azevedo Assunção, de Ituberá; Anaíza Rosa dos Santos Silva, da Associação de Artesãos de Santa Brígida; Luzinete Ferreira de Oliveira, da Associação União de Mulheres do Monte Alegre, em Jeremoabo; Dinoélia Trindade, da Associação das Rendeiras da Cidade de Dias D’Ávila; e Maria Joelma Bispo Silva, de Entre Rios.
Na categoria Artesanato Conceitual, o Artesanato da Bahia foi premiado com os trabalhos desenvolvidos por Laila Assef, de Trancoso; Elson Alves dos Santos, de Barra; Alane Oliveira da Silva Santos, da Cooperativa Regional de Artesãs Fibras do Sertão, em Valente; e José Geraldo Machado (Mestre Gerar), de Barra.
Para a Mestra artesã Dinoélia Trindade, a premiação também é o reconhecimento do trabalho social que realiza através da Rendavan – Associação de Rendeiras de Dias D´Ávila, e relembra: “Quando cheguei de Saubara em Dias D`Ávila o cenário era de violência e de baixa estima das mulheres. Então resolvi compartilhar com elas o meu conhecimento com a renda de Bilro, que aprendi com a minha mãe e minha avó. Nunca tive esse sonho de ser reconhecida como Mestra Artesã e nem receber esse prêmio, apenas queria compartilhar o meu sonho e torná-lo uma realidade”.
O mestre artesão Gerar também se destaca entre os baianos escolhidos pelo Prêmio do Sebrae. As suas esculturas de santos católicos e orixás, seguindo uma linguagem mais barroca, impressionam pela paleta de cores das argilas encontradas nas margens do rio Grande e São Francisco, no Oeste da Bahia. Ele reforça a importância de passar seus aprendizados para os jovens e reconhece a importância deste prêmio para esse objetivo.
“A minha técnica de modelagem e a matéria prima valorizam ainda mais a expressão das esculturas. Fico feliz porque este prêmio também é um reconhecimento ao trabalho socioeducativo que exerço com a comunidade carente de Barra. É passar o meu conhecimento para os jovens, através da arte, valores culturais e uma forma de gerar renda, mantendo viva a tradição que atravessa gerações”, afirma.
Fonte: Jamil Moreira Castro