Uma série de homenagens à vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes acontecem no Rio de janeiro nesta quinta-feira (14), quando as mortes completam um ano.
Essa semana foram presos o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, executor e motorista que dirigiu o carro que perseguiu a parlamentar. A maioria dos atos, no entanto, cobra respostas que ainda não foram dadas, como a identificação dos possíveis mandantes.
Por volta das 8h, um ato na Cinelândia espalhou flores pelas escadarias pela Câmara de Vereadores, onde Marielle trabalhava. Uma faixa amanheceu estendida na fachada do prédio.
Às 9h, manifestação silenciosa nas escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia legislativa do Rio de janeiro (Alerj), na Praça 15. Ao todo, 365 girassóis foram espalhados pelas escadarias representando os 365 dias sem a vereadora.
“O girassol foi a primeira flor que ela recebeu quando começou a fazer campanha. Ela adotou essa flor como símbolo da campanha dela. O girassol é uma flor que não morre, vira semente”, explicou Rogéria Peixinho, uma das organizadoras da homenagem e assessora da deputada Monica Francisco.
Às 10h, uma missa pela memória de Marielle e Anderson, na Igreja da Candelária, foi celebrada pelo Monsenhor Manangão, que afirmou que, quando se vê diante de ações loucas com o Marielle, Suzano, Brumadinho, lembra de uma frase do Papa.
“Quando o ser humano se deixa levar e tragar por ações de violência, é porque ele perdeu sua humanidade”, garantiu.
Antes da cerimônia, o pai da vereadora voltou a cobrar explicações sobre a motivação do crime e possíveis mandantes.
“Para nós é um acalento porque isso demonstra a grandeza que Marielle teve. O reconhecimento, no Brasil e no mundo, para nós é muito importante. Eu nunca imaginei, nem nos meus piores pesadelos, participar de uma missa pela alma da minha filha assassinada. Nunca, nunca imaginei. Hoje está muito doído. Hoje, estou com um sentimento de perda muito maior que todos esses 365 dias desde o assassinato dela. Algumas perguntas ainda permanecem sem resposta: quem mandou e por que mataram Marielle?”, garantiu Antônio, ao lado do babalaô Ivanir dos Santos.
O deputado federal Marcelo Freixo, que desde 2002 trabalhava com Marielle, participou da missa e também cobrou respostas. “A pessoa que apertou o gatilho não foi quem matou a Marielle. Quem matou a Marielle foi quem mandou matar. Não temos dúvida nenhuma que esse passo foi importante – pena que levou um ano para isso, foram muitos os erros. Mas esse passo só tem valia se descobrirem quem mandou matar. Que grupo acredita que matar alguém é forma de fazer política no Rio de Janeiro em pleno século XXI?”, questionou o parlamentar.
Na parte da tarde, na Cinelândia, às 14hs, acontecerá um ato público na porta da Câmara dos Vereadores, com uma aula pública. No fim do dia, por volta das 18hs, um ato político cultural também será realizado no local, Cinelândia.
Ainda estão previstas a mesma homenagem em outras praças como General Glicério, em Laranjeiras; Largo das Neves, em Santa Teresa; Cardeal Arcoverde, em Copacabana; Largo da Carioca, no Centro; Praça do Ringue, em Santa Cruz; e na Praça do Estácio – local do crime.