O destino da taça do Campeonato Baiano começa a ser decidido neste domingo (14), às 16h, quando Bahia de Feira e Bahia se enfrentam no Joia da Princesa, em Feira de Santana. O jogo de volta será dia 21, na Fonte Nova. O regulamento tem novidade: como não há vantagem para o time de melhor campanha, o campeão será conhecido nos pênaltis em caso de empate na soma dos placares.
O Bahia de Feira pode fazer história. Campeão em 2011 diante do Vitória, o clube tem a chance de repetir o feito contra o Bahia e se tornar o primeiro do interior a derrotar os dois grandes na decisão estadual. Nas duas vezes em que ergueu a taça (1963 e 1969), o Fluminense de Feira venceu o tricolor da capital. O Touro é o único bicampeão do interior, marca que o Tremendão pretende igualar.
Capitão do Bahia de Feira, o goleiro Jair fez parte da campanha do primeiro título e está confiante em comemorar novamente, aos 39 anos. “É o jogo das nossas vidas. Sabemos que é possível conseguir esse título mais uma vez, respeitando a equipe do Bahia, que é tida como favorita na competição, mas vamos buscar mais uma vez levantar o troféu e ser bicampeão pelo Bahia de Feira”.
Jair é um dos três atletas remanescentes do título de 2011, ao lado do zagueiro Paulo Paraíba e do meia Bruninho, todos titulares. Além deles, o preparador físico Michel Pinheiro continua.
O trio vencedor não é o único trunfo do Bahia de Feira para chegar à final. Durante todo o campeonato, a equipe feirense mandou os jogos na grama sintética da Arena Cajueiro, de onde saiu invicta, com três vitórias e três empates. Avançou em primeiro lugar na fase classificatória e eliminou o Vitória da Conquista na semifinal.
Como o estádio particular tem capacidade só para 3.500 pessoas, a final foi remanejada para o Joia, que abriga 16.274 torcedores e tem grama natural. O regulamento exige capacidade mínima de 4 mil lugares na decisão.
“Temos que ser ousados e ter um bom equilíbrio emocional para fazer um jogo de sabedoria e levar a decisão para a Fonte Nova”, pontua Jair, que, há oito anos, festejou na casa do Vitória.
O primeiro jogo da final de 2011 também foi disputado no Joia da Princesa e terminou empatado em 2×2. Na volta, o Bahia de Feira ganhou de virada, por 2×1, no Barradão.
Na opinião do capitão, as semelhanças entre as equipes de 2011 e 2019 não estão apenas nas peças. “Naquele grupo foi fundamental a nossa união, respeito, ambição por vencer e espírito guerreiro dentro de campo. Estamos vendo acontecer isso de novo: uma equipe com futebol alegre, de toque de bola envolvente, todo mundo querendo vencer, com vontade de crescer na vida, de buscar coisas boas para seus familiares”, elogia Jair.
Um dos momentos de destaque na campanha foi justamente quando o Tremendão venceu o Bahia por 2×0 na Fonte Nova, na terceira rodada, dia 30 de janeiro. Jarbas e Dionísio marcaram os gols. Na ocasião, o tricolor jogou com time reserva, pois poupava os titulares para o Ba-Vi que seria realizado quatro dias depois, pela Copa do Nordeste.
Maior do estado
A tarefa de levantar o caneco não vai ser nada fácil para o Bahia de Feira. Enquanto o Tremendão busca o segundo título, o Bahia da capital ostenta uma galeria de conquistas bem mais vasta. Atual campeão, o Esquadrão é também o maior vencedor do estado e pode faturar o 48º Baiano. Se conseguir o bicampeonato, o tricolor ampliará a vantagem para o Vitória, segundo maior campeão, com 29 troféus.
Este ano, o Bahia aplicou fórmula diferente dos últimas temporadas e jogou a maior parte do estadual com time B, mas na reta final usou os titulares e chega à final com a melhor campanha – por isso, a volta será na Fonte. Foram 21 pontos em dez partidas, um a mais que o adversário. Além disso, o Bahia da capital tem o melhor ataque (24 gols) e a melhor defesa (6 gols sofridos) do estadual.
A principal novidade da equipe para a decisão estará à beira do campo. Roger Machado fará apenas o segundo jogo como técnico do Bahia. Ele substitui Enderson Moreira, que conduziu o time até a semifinal. Apesar de ser estreante no estadual, Roger conta com uma base que sabe o que é soltar o grito de campeão.
Do atual elenco, 11 jogadores já conquistaram o Baianão. Nino Paraíba tem três títulos (um pelo Bahia e dois com o Vitória), seguido de Lucas Fonseca, com dois.
“Temos a convicção de que será uma disputa dura e que o melhor vai vencer. A gente espera trabalhar bem para que o título fique na nossa casa”, diz Roger, que foi campeão mineiro em 2017 pelo Atlético.
Prováveis escalações:
Bahia de Feira: Jair, Van, Paulo Paraíba, Vitor e Cazumba; Capone, Gabriel, Vitinho, Jarbas e Bruninho; Deon. Técnico: Barbosinha.
Bahia: Anderson, Nino Paraíba, Lucas Fonseca, Ernando e Moisés; Elton, Douglas Augusto e Ramires; Artur, Gilberto e Arthur Caíke. Técnico: Roger Machado.