Em 2017, as ruas (vias ou áreas públicas) eram o local de trabalho de 274 mil pessoas de 14 anos ou mais de idade na Bahia. Esse contingente foi recorde para o estado, o maior desde 2012, quando se iniciou a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Foi também o segundo maior do país, abaixo apenas do total de São Paulo (284 mil pessoas), segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo dos “trabalhadores de rua” cresceu 26,2% em relação a 2016, o que representou, em um ano, mais 57 mil pessoas nessa situação, na Bahia. Foi o maior aumento em termos absolutos do país e o segundo maior em termos percentuais, abaixo apenas do Amapá (+54,8%), que teve um crescimento absoluto significativamente menor (+6 mil pessoas)
O crescimento do número de pessoas trabalhando nas ruas, na Bahia, entre 2016 e 2017, se concentrou fora da capital. Salvador, que já havia registado uma forte expansão desse grupo de trabalhadores entre 2015 e 2016 (de 32 mil para 61 mil pessoas), teve uma leve redução em 2017, para 58 mil pessoas.
Além disso, o trabalho nas ruas na Bahia cresceu proporcionalmente mais entre as mulheres do que entre os homens. O número de mulheres de 14 anos ou mais de idade que tinham as ruas como local de trabalho aumentou 33,2% no estado, passando de 78 mil para 104 mil, entre 2016 e 2017. Já o contingente masculino aumentou 22,3%: de 139 mil para 170 mil.
Assim, em 2017, na Bahia, o trabalho em vias ou áreas públicas era mais representativo entre as mulheres (6,4% das que estavam ocupadas trabalhavam nas ruas) do que entre os homens (5,4%). No estado como um todo, 5,8% das pessoas de 14 anos ou mais de idade que trabalhavam o faziam em vias ou áreas públicas. Essa participação cresceu em relação a 2016 (era de 4,3%) e foi mais que o dobro da nacional (2,8%).