O nome do projeto é “Aqualuz”. Anna Luísa, que é formada em Biotecnologia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), teve a ideia quando tinha 15 anos e ainda estava no ensino médio. Ela contou com apoio de outros três estudantes para desenvolver a startup.
São eles: Letícia Nunes Bezerra, aluna do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC); Marcela Sepreny, graduanda em Engenharia Química no Centro Universitário Senai Cimatec (BA), Lucas Ayres, profissional formado em Ciência da Computação pela Ufba, responsável pelo design e marketing do Aqualuz.
O sistema do grupo usa radiação solar para tornar a água contaminada própria para consumo em regiões castigadas pela seca de forma sustentável.
Trata-se de uma caixa de inox que é coberta por um vidro e uma tubulação simples ligada à cisterna, um reservatório comumente usado para armazenar água da chuva ou de caminhão-pipa. A filtragem da água ocorre sem a necessidade de uso de compostos químicos. Como consequência, ajuda na redução dos índices de doenças.
A estudante baiana que criou uma tecnologia para filtrar água por meio da luz solar ganhou um prêmio internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), graças ao projeto.
A informação foi divulgada no site da instituição na terça-feira (17). O Prêmio Jovens Campeões da Terra é voltado para jovens empreendedores com ideias inovadoras para o futuro do planeta.
Anna Luísa Beserra tem 21 anos e ficou entre 35 finalistas globais e concorreu na categoria América Latina e Caribe com outros 4 jovens. É a primeira vez que uma brasileira recebe o prêmio.
A premiação será realizada durante uma cerimônia na 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, no dia 26 de setembro, em Nova York.
Em abril, o projeto ganhou um outro prêmio que reuniu 400 startups de tecnologia nos Estados Unidos. O prêmio foi R$ 25 mil.
Cada ciclo de filtragem dura, em média, 4 horas. O dispositivo, que filtra até 28 litros de água por dia, dura cerca de 15 anos e precisa apenas de limpeza com água e sabão, troca do filtro natural (com o estoque de refil já fornecido), sem precisar de manutenção externa ou energia elétrica.
Testes preliminares feitos em laboratório certificado, que usaram parâmetros do Ministério da Saúde, revelaram que o “Aqualuz” reduziu em 99,9% a presença de bactérias de referência.
Atualmente, o “Aqualuz” já distribui água potável para 265 pessoas, na Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas, e o objetivo é alcançar mais 700 ainda este ano.