A comerciante desempregada Paloma Botelho de Vasconcelos, 21 anos, matou a própria mãe, a empresária Dircelene Botelho, supostamente inspirada em uma cena da novela Segundo Sol exibida no último dia 2. Na sequência, a vilã Laureta (Adriana Esteves) matou o capanga Galdino (Narcival Rubens) com uma injeção de ar. Na vida real, Paloma fez o mesmo, mostra uma fita de vídeo apreendida pela polícia.
O autor da novela, João Emanuel Carneiro, se defende dizendo que “a ficção não tem nada a ver com a realidade”. O crime aconteceu na cidade de Petrópolis, interior do Rio de Janeiro, no dia 2, horas após a exibição de Segundo Sol. Segundo a Polícia Civil, Paloma aplicou uma injeção de ar em uma veia do pulso da mãe. Ela está presa.
O crime teria motivação financeira. Assim como na novela, ninguém em Petrópolis inicialmente desconfiou de que um assassinato tinha acontecido. Dircelene foi enterrada na quarta passada (3) sem despertar a atenção de familiares, de médicos ou da polícia, como se tivesse tido uma morte natural.
No entanto, o padrasto de Paloma, o comerciante Manuel da Silva, 68 anos, havia instalado um circuito interno de televisão dentro de sua casa, pois desconfiava que estava sendo roubado. Na última quinta-feira (5), Silva reviu as imagens das câmeras e descobriu que sua mulher foi torturada e morta por Paloma, que teve ajuda do namorado, Gabriel Neves, 26 anos.
O comerciante foi à delegacia, mas os PMs não conseguiram prender Paloma e Gabriel imediatamente devido à legislação eleitoral. De acordo com a polícia, as imagens mostram que, antes de aplicar injeção semelhante à de Laureta, Paloma e seu namorado tentaram asfixiar Dircelene com a ajuda de um saco plástico.
“A Paloma admitiu no depoimento que, como a mãe ainda se mexia depois da asfixia, [e por isso] usou a injeção da Laureta para matá-la”, contou.
O clínico geral do Hospital das Clínicas de São Paulo Arnaldo Lichtenstein, de 57 anos, confirmou que uma pessoa pode ser morta com uma injeção de ar. No entanto, o médico ressaltou que esse tipo de assassinato, que qualificou de “sofisticado”, é facilmente detectável em um exame de autópsia.
Fonte: Uol