No acumulado em 12 meses o indicador aponta alta de 3,0%
O indicador da Boa Vista de Demanda por Crédito do Consumidor recuou 0,3% entre os meses de março e abril na comparação dos dados dessazonalizados. Antes disso, a alta de 1,3% em março havia sucedido uma queda de 1,6% em fevereiro, de modo que no trimestre móvel encerrado em abril houve um recuo de 0,4% em comparação ao trimestre móvel imediatamente anterior.
O resultado avançou na comparação interanual da série de dados originais, mas a magnitude da variação continua reduzindo, com alta de 3,6% ante um avanço de 5,3% em março nesta base de comparação.
Essa perda de ritmo contribuiu para manter a curva de longo prazo do indicador, medida pela variação acumulada em 12 meses, numa tendência de crescimento desacelerado, passando de 3,2% em março para 3,0% em abril. Essa tendência também foi verificada no resultado acumulado no ano, ao final do 1º trimestre de 2023 a alta era de 7,4% e agora ela é de 6,5% com os dados de abril.
As aberturas do indicador apresentaram comportamentos distintos. Na comparação mensal, enquanto o segmento “Financeiro” subiu 0,5%, o segmento “Não Financeiro” caiu 0,9%. Essa diferença de sentido também foi verificada na comparação do trimestre móvel, com alta de 0,8% no segmento “Financeiro” e queda de 1,3% no “Não Financeiro”.
Já na comparação com o mês de abril do ano passado, o resultado foi ainda mais diferente: alta de 10,3% no segmento “Financeiro” e queda de 1,0% no “Não Financeiro”. Na análise de longo prazo o crescimento do segmento “Financeiro” continua em desaceleração, passando de um aumento de 15,2% em março para um avanço de 14,8% na aferição atual. No segmento “Não Financeiro” o indicador agora registra queda de 5,0%, ante 4,8% de queda até o mês de março.
“O indicador de demanda tem oscilado desde o início do ano, mas como já era esperado, a tendência de desaceleração, que teve início no 2º trimestre do ano passado, vem se confirmando mês a mês. Não há indícios de que isso vai mudar ao longo deste ano, depois de dois anos de crescimento mais forte, esse quadro atual que combina juros elevados com altos níveis de endividamento, de comprometimento de renda e de inadimplência das famílias deve fazer com que a demanda por crédito seja mais fraca. O mesmo deve acontecer com a oferta”, avalia o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
Segue abaixo a tabela contendo o resumo dos dados apresentados.