O Indicador de Recuperação de Crédito, por sua vez, registrou queda de 1,5%
O número de registros de inadimplentes caiu 1,1% em abril contra o mês anterior, segundo dados dessazonalizados da Boa Vista, que abrangem todo território nacional. Apesar da queda na variação mensal, o indicador aponta elevação de 3,2% no trimestre móvel encerrado em abril, contra o trimestre imediatamente anterior finalizado em janeiro, também na série livre dos efeitos sazonais.
Já na série de dados originais o número de registros segue perdendo ritmo, subiu 8,2% em abril na comparação interanual e fechou o trimestre móvel com elevação de 12,4% contra o mesmo período do ano passado, ante um crescimento de 19,7% em março, nesta base de comparação. Na análise acumulada em 12 meses a alta do indicador desacelerou, passando de 22,4% em março para 20,9% na aferição atual.
“O número de registros voltou a cair depois de nove avanços consecutivos e isso pode ser um sinal de que o ponto de inflexão na curva de inadimplência esteja mais próximo. A desaceleração na curva em 12 meses já era esperada; ela ainda é tímida, mas já começou e nos próximos meses isso tende a ficar mais evidente. Assim como o número de registros, a taxa de inadimplência subiu muito em 2022 e agora em 2023 essa elevação tem sido menor. Diante do cenário atual, dificilmente esse aumento será revertido no curto prazo. É esperado uma estabilização destes números em patamares altos por um pouco mais de tempo”, avalia Flávio Calife, economista da Boa Vista.
Recuperação de Crédito do Consumidor
Já o Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista recuou 1,5% na comparação mensal, devolvendo o resultado verificado no mês anterior, mas encerrando o trimestre móvel com elevação de 1,5%, de acordo com dados dessazonalizados. Em relação ao mês de abril do ano passado, houve um aumento ainda robusto de 12,8% e isso contribuiu para manter a curva de longo prazo do indicador em ritmo acelerado: o crescimento da recuperação de crédito passou de 16,7% para 17,1% entre os meses de março e abril na análise acumulada em 12 meses.
“Naturalmente a alta no indicador de recuperação deve persistir por um pouco mais de tempo. É importante sempre lembrar que essa alta se deve também ao aumento no número de registros, ou seja, devemos esperar por uma desaceleração desse número também. Depois disso, dado que esperamos algum nível de estabilização nos registros e, consequentemente, na inadimplência, o número de recuperação deve apresentar um comportamento parecido até que volte a subir num período de queda mais relevante na inadimplência, que por ora não é esperado que aconteça”, finaliza o economista da Boa Vista.
Fonte: Assessoria de Comunicação