O Indicador de Recuperação de Crédito, por sua vez, avançou 2,3% no mesmo período
O número de registros de inadimplentes caiu 3,0% entre os meses de agosto e setembro na comparação dos dados dessazonalizados da Boa Vista, que abrangem todo território nacional. No 3º trimestre de 2023 foi observada queda de 2,8% no indicador em comparação ao 2º trimestre do mesmo ano.
Na série de dados originais o número de registros apontou queda de 5,0% em setembro na comparação interanual, a primeira variação negativa depois de dezessete meses de alta na mesma base de comparação. No trimestre, contudo, foi verificada leve alta de 0,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os resultados acumulados se mantiveram numa tendência de desaceleração, no ano o crescimento do indicador passou de 10,9% para 9,1% e na análise acumulada em 12 meses ele desacelerou de 16,8% em agosto para 13,7% na aferição atual.
“O indicador recuou pela terceira vez consecutiva, a quinta nos últimos seis meses, e isso se deve a uma melhora de quase todos os fatores condicionantes. No mercado de trabalho os números já se mostravam bastante resilientes, mas também começamos a ver uma melhora mais nítida no endividamento e no comprometimento de renda das famílias no início do terceiro trimestre. O ‘Desenrola’ pode ter uma contribuição indireta nisso também. Sabemos que o programa está voltado às pessoas físicas que estavam com alguma restrição de crédito até o final do ano passado, mas dois meses e meio depois do início das renegociações, com descontos e condições melhores, é possível que a capacidade de pagamento das famílias tenha melhorado e isso pode ter feito com que elas conseguissem honrar seus compromissos mais recentes também, evitando assim um novo registro”, avalia Flávio Calife, economista da Boa Vista.
Recuperação de Crédito do Consumidor
O Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista avançou 1,7% na comparação mensal e encerrou o terceiro trimestre com elevação de 2,3% de acordo com dados dessazonalizados.
Em relação ao mês de setembro do ano passado houve mais um aumento robusto, desta vez de 27,1%, e isso contribuiu para manter a curva de longo prazo do indicador em ritmo acelerado: o crescimento da recuperação de crédito passou de 20,1% para 20,9% entre os meses de agosto e setembro na análise acumulada em 12 meses. No mesmo sentido, no acumulado do ano a Recuperação de Crédito acelerou seu ritmo de crescimento e agora aponta elevação de 18,7% contra o mesmo período de 2022.
“O número de recuperação tem sido impulsionado pelas renegociações do ‘Desenrola’, tanto que só no 3º trimestre vimos um aumento quase 24% em comparação ao mesmo período do ano passado. Não é a primeira vez em que isso acontece, mas esse desnivelamento entre as curvas de longo prazo dos indicadores de registros e recuperação não é comum”, finaliza o economista da Boa Vista.
Fonte: Assessoria de Comunicação