O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que ligou, neste domingo (27), para o presidente russo Vladimir Putin e conversou sobre o conflito do país contra a Ucrânia. Segundo ele, o Brasil irá adotar um posicionamento neutro, pois não quer “trazer as consequências do embate para o país”. Quando questionado sobre os assuntos abordados com Putin, o presidente brasileiro afirmou que não daria detalhes sobre a conversa.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva à imprensa dentro do Forte dos Andradas, em Guarujá, no litoral de São Paulo, onde o presidente e sua comitiva estão hospedados para passar o feriado de Carnaval. Em uma sala improvisada no local, Bolsonaro conversou por cerca de 30 minutos e respondeu perguntas de jornalistas de diferentes veículos de comunicação, focando exatamente no ataque russo em terras ucranianas.
Quando questionado se continuaria com discurso de neutralidade mesmo após o avanço das tropas russas por cidades da Ucrânia e possível mortes de civis, o presidente respondeu que “grande parte da população da Ucrânia fala russo”. “São países praticamente irmãos. Um massacre de civis há muito tempo não se ouve falar. Não é tática de nenhum mundo fazer isso”, respondeu.
Ao ser questionado sobre o cerco que o exército russo faz na capital ucraniana, Kiev, Bolsonaro disse que é um ‘exagero falar em massacre’. “Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil”, disse.
Bolsonaro defendeu o posicionamento neutro diante do conflito entre Rússia e Ucrânia. “A experiência que eu tenho de apenas 15 anos estudando história militar é que não adianta, desculpa o português, você ter um milhão de razão e do outro lado você ter um canhão. Então, ninguém quer usar guerra, ninguém quer usar a pólvora. Todo mundo prefere usar a saliva, mas você não sabe o que acontece do lado de lá. O mundo se preocupa com isso. Um conflito, ainda mais para a área nuclear, o mundo todo vai sofrer com isso aí. Então isso não interessa pra ninguém, seria um suicídio. Agora, nós devemos entender o que está acontecendo, no meu entender, nós não vamos tomar partido, nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução”, disse.
Fonte: G1 Reprodução