Depois de 12 anos, Brasil e Argentina vão se reencontrar em uma Copa América. Na terça-feira (2), a partir das 21h30, as duas equipes duelam no Mineirão, em Belo Horizonte, por uma vaga na final do torneio continental.
Desde a decisão de 2007, na Venezuela, onde o Brasil venceu por 3×0 e ficou com o título, as duas equipes mudaram muito. Para se ter uma ideia, apenas dois jogadores que estiveram naquela final – o último confronto entre Brasil e Argentina na Copa América – estarão em campo no clássico de amanhã.
Do lado brasileiro, o baiano Daniel Alves saiu do banco em 2007 e marcou um dos gols da partida. Pela Argentina, Messi, com apenas 20 anos, começou como titular ao lado de Tévez. O craque surgia como promessa e estava longe do protagonismo dos dias atuais. Para se ter ideia, vestia a camisa 18. Se no Barcelona quem atraía todos os holofotes era Ronaldinho Gaúcho, na seleção argentina a grande estrela era o camisa 10 Riquelme.
O momento de Messi na Venezuela lembra o de outro jogador que dá os seus primeiros passos como estrela no futebol. Aos 23 anos, Everton ‘Cebolinha’ inicia a trajetória na Seleção com responsabilidade de gente grande.
Sem Neymar, cortado por lesão, o camisa 19 é hoje o jogador com maior capacidade de definição no time brasileiro. Os dribles rápidos e os dois gols marcados na Copa América alçaram Everton à condição de titular e xodó. Apesar de ser apenas um início, o bom futebol de Cebolinha já chama atenção da Europa e a saída para o velho continente após a competição é dada como praticamente certa.
Messi x Brasil
Apesar de ser, nesta Copa América, o principal jogador da Seleção Brasileira em termos técnicos, Everton ainda está anos-luz atrás de Messi. Nos 12 anos que se passaram desde o último encontro entre Brasil e Argentina na competição, Messi assumiu o protagonismo: camisa 10, quatro Copas do Mundo no currículo, cinco vezes eleito o melhor do planeta, maior goleador da seleção argentina com 67 gols… A única coisa que ele não conseguiu resolver foi a seca de títulos. O último da Argentina foi a Copa América de 1993.
É com essa pressão que um dos maiores jogadores da história volta a enfrentar o Brasil. E a história não tem sido favorável a Lionel.
A partida de terça, no Mineirão, será a 10ª do argentino contra o Brasil como profissional. Messi viveu momentos de alegria, como os três gols marcados no amistoso vencido por 4×3 nos Estados Unidos, em 2012, e também de decepção. O retrospecto é favorável aos brasileiros: em nove clássicos, o craque argentino perdeu cinco, ganhou três e empatou um.
Uma das derrotas de Messi contra o Brasil teve o próprio Mineirão como plano de fundo. Em 2016, pelas Eliminatórias, Neymar, Coutinho e Paulinho marcaram os gols do triunfo brasileiro por 3×0.
A Seleção também bateu a Argentina por 3×0 na final da Copa América de 2007, na Venezuela. Dois anos depois, em partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o Brasil venceu em Rosário, cidade onde Messi nasceu, por 3×1.
Outro capítulo negativo para ele foi o Superclássico das Américas de 2014, disputado na China. O argentino errou um pênalti e o Brasil venceu por 2×0.
No encontro mais recente, Messi saiu vitorioso. Em amistoso disputado na Austrália em 2017, a Argentina venceu por 1×0. Aquela foi a primeira derrota de Tite à frente da Seleção.
O caso mais curioso, no entanto, aconteceu em 2008, pelas Eliminatórias. Em protesto contra o técnico Dunga, a torcida brasileira aplaudiu o craque argentino e gritou o nome dele no Mineirão. O jogo terminou 0x0.