A Copa América de 2019 começa nesta sexta-feira, em São Paulo, sob ameaça de uma Greve Geral e com torcedores relatando dificuldades para a retirada dos bilhetes.
São esperadas cerca de 67 mil pessoas no Morumbi nesta noite, às 21h30 (de Brasília), para Brasil x Bolívia, partida que abre o torneio, de volta ao Brasil após 30 anos. Há a possibilidade de que elas tenham dificuldade para chegar ao estádio.
Centrais sindicais convocaram para esta sexta uma Greve Geral para protestar contra a reforma da previdência apresentada pelo Governo Federal. Sindicatos como os dos metroviários e dos motoristas de São Paulo, todos ligados ao transporte urbano, anunciaram adesão. Não se sabe a extensão dela, porém. Os ferroviários anunciaram que não vão parar na sexta.
A SPTrans, empresa responsável pelo transporte por ônibus na cidade, o Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) têm liminares que obrigam a manutenção da operação nesta sexta-feira. Os ferroviários foram os únicos a recuar.
O COL (Comitê Organizador Local) da Copa América tem recomendado aos torcedores que utilizem o transporte público. Por causa da partida, boa parte do entorno do Morumbi será isolada por segurança, e apenas pessoas com ingressos ou credenciadas poderão acessar a área.
Diante da ameaça de caos no sistema de transporte, dirigentes do COL pediram que os torcedores se programem para chegar cedo ao Morumbi. Os bloqueios serão montados a partir das 16h e o portões abertos às 17h30.
A principal opção para chegar ao estádio é pelo Metrô: a estação São Paulo-Morumbi, da Linha 4-Amarela, fica a cerca de 20 minutos de caminhada. A Via Quatro, concessionária da linha, afirmou que a operação não será alterada nesta sexta.
Para auxiliar na saída dos torcedores, o Metrô ampliou o horário de funcionamento da estação até a 1h de sábado. Uma linha de ônibus especial também foi criada para a dispersão, a 809M-10 Morumbi-Praça Ramos de Azevedo. Ela tem ponto inicial na Avenida Jorge João Saad, entre a Praça Roberto Gomes Pedrosa e o Colégio Miguel de Cervantes.
Ao contrário da Copa do Mundo, quando a Lei Geral da Copa permitiu o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios, desta vez elas estão proibidas a partir dos pontos de bloqueio no entorno do Morumbi – vale a lei estadual em vigor.
Fila por ingressos
Torcedores que foram ao Memorial da América Latina, local designado para a retirada de ingressos para a Copa América em São Paulo, relataram longas filas para pegar os bilhetes – para Brasil x Bolívia, todos foram vendidos.
Por causa disso, o COL estendeu o horário de funcionamento do centro de ingressos na última quinta-feira, véspera da partida, até as 22h – duas horas além do normal. A princípio, o local funcionará em horário normal nesta sexta-feira, das 10h às 20h.
A alta demanda para esta partida não se repete para todas as outras. A última parcial do COL era de que 65% do total de cerca de 780 mil ingressos haviam sido vendidos. Dois jogos preocupam mais: Bolívia x Venezuela e Equador x Japão, ambos em Belo Horizonte, com menos de cinco mil entradas vendidas.
Na quinta, o presidente da Conmebol lamentou a baixa procura para algumas partidas. Ele rejeitou promoções para baixar os preços e demonstrou otimismo de que esses números irão melhorar.
– São 26 jogos. Alguns estão completamente vendidos, que geraram um recorde histórico de arrecadação. Lamentavelmente, há partidas com menos público. Mas acredito que, quando chegar mais perto do dia dos jogos, as vendas vão melhorar. É a cultura da América do Sul – disse Domínguez numa entrevista coletiva em São Paulo.