Pela primeira vez em três anos, a taxa de desemprego no Brasil caiu. Em 2018, o índice de desocupação ficou em 12,3%, ante a 17,7% em 2017 segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A melhora, no entanto, não se deve a geração de empregos com carteira assinada, mas sim pela informalidade, que é a maior desde 2012.
Segundo o IBGE, 12,8 milhões de pessoas desocupadas, em média, no ano passado. Porém, na comparação com o menor ponto da série, em 2014, quando 6,7 milhões de pessoas estavam sem emprego, houve um aumento de 90,3%.
O número de pessoas trabalhando sem carteira assinada é de 32,9 milhões. No setor privado, esse número chega a 11,2 milhões. Já o número de pessoas trabalhando por conta própria é de 23,3 milhões, pouco mais que um quarto do total da população ocupada no país.
O aumento da informalidade influenciou, em parte, o crescimento nas atividades de serviços domésticos, comércio, alimentação, transporte e outros serviços.
“Esses números refletem uma tendência que vínhamos observando, do aumento da informalidade se opondo à queda na desocupação”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Outro indicador em destaque é a população subutilizada na força de trabalho, que chegou a 27,4 milhões em 2018. Esse indicador mostra pessoas que poderiam trabalhar mais horas do que fazem atualmente. Sobre a medida desse índice, Cimar destaca que “embora tenha havido redução no contingente de desocupados, nas demais medidas que compõem o indicador – subocupação, força potencial de trabalho e desalento – o quadro é de aumento, com os três indicadores no ponto mais alto da série histórica”.
Entre os grupos de atividades, a agricultura, indústria e construção apresentaram as menores participações na série.
Fim de ano aquece mercado
No fechamento do último trimestre de 2018, a taxa de desocupação foi de 11,6%, menor do que a do trimestre de julho a setembro (11,9%) e estável em relação a do último trimestre de 2017 (11,8%). Segundo o IBGE, as eleições, black friday e o trabalho temporário para o Natal tem influência no índice.
Os 12,2 milhões de desocupados significaram uma queda de 2,4% em relação ao trimestre encerrado em setembro. Os contingentes de empregados no setor privado com carteira e sem carteira assinada permaneceram estáveis em relação ao trimestre anterior, 33 milhões e 11,5 milhões, respectivamente, mas a categoria por conta própria, com 23,8 milhões de pessoas, aumentou 1,5% no período.
Na comparação com o último semestre de 2017, os empregados sem carteira e os trabalhadores por conta própria tiveram aumentos de 3,8% e 2,8%, respectivamente.
Fonte: Veja.com