Quatro casos suspeitos de hanseníase foram encaminhados para avaliação e diagnóstico laboratorial durante ação realizada pela Prefeitura, através da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, na sexta-feira, 31.
A programação marca o encerramento da campanha Janeiro Roxo, de prevenção e combate a hanseníase. Cerca de 150 pessoas buscaram por atendimento de saúde no antigo espaço Marcos Moraes.
Petromírio Marinho, aposentado, foi uma dessas pessoas. De acordo com ele, estava indo fazer compras quando observou os atendimentos. “Vi a ação e lembrei que tinha uma mancha que eu precisava ir no médico. Caso pudesse ser alguma coisa eu tenho que me cuidar, sou uma pessoa idosa. Quando fiz o teste ele disse [o médico] que eu não tinha a doença, mas passou uma pomada”, relata.
A hanseníase é uma doença contagiosa, caracterizada por manchas esbranquiçadas, escuras, amorronzadas ou lesões avermelhadas na pele. Segundo a médica residente de medicina de família e comunidade da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Fernanda Colavolpe, que esteve realizando os atendimentos, a perda da sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa também são sintomas compatíveis.
“É possível que a pessoa tenha deformidades nas mãos ou dedos, porque a hanseníase pode afetar os nervos. A mancha também pode vir de forma súbita e aparecer em outros locais do corpo com o tempo, é preciso estar atento”, explica a médica Fernanda Colavolpe.
A transmissão ocorre por gotículas aéreas da pessoa infectada, como tosse, espirro ou contato com a secreção infectada de forma prolongada. Para a médica, ainda existe preconceito com a doença. “Muitas pessoas evitam o contato físico com pessoas diagnosticadas pela hanseníase, mas o contágio ocorre apenas por gotículas e não pelo toque. O risco de transmissão ocorre por contato prolongado”, observa acrescentando que os sintomas podem evoluir com o tempo, trazendo lesões permanentes.
Ao perceber sinais e sintomas da doença é preciso buscar atendimento em qualquer Unidade Básica de Saúde ou de Saúde da Família. Havendo a suspeita de hanseníase o paciente é encaminhado para atendimento especializado.
O prefeito Colbert Martins Filho, médico por formação, explica que a hanseníase, conhecida no passado como lepra, é uma doença crônica, e uma das enfermidades mais antigas da humanidade. “Em Feira de Santana, os portadores da doença recebem assistência nas unidades de saúde, onde é feito o diagnóstico e acompanhamento. Para casos específicos, o tratamento é disponibilizado no Centro de Saúde Especializado Dr. Leone Coelho Leda (CSE)”, ressalta Colbert.
Hanseníase tem cura e o tratamento é feito a base de comprimidos. A duração varia de seis a doze meses, dependendo da manifestação clínica de cada indivíduo.
Em Feira de Santana, somente no mês de janeiro, 11 pessoas foram diagnosticadas com hanseníase, e em 2018, 94,03% dos casos diagnosticados evoluíram para a cura.
Secom Feira de Santana