A Caixa Econômica Federal divulgou nesta sexta-feira (29) um lucro líquido contábil de R$ 10,355 bilhões em 2018, uma queda de 17,1% frente ao ano anterior.
Em 2017, o lucro da Caixa foi de R$ 12,5 bilhões, 202,6% superior ao registrado em 2016. Segundo o banco, foi o maior da história da instituição financeira.
O lucro líquido recorrente (que desconsidera efeitos extraordinários) totalizou R$ 12,7 bilhões, alta de 40% em 12 meses, um recorde segundo o banco.
Redução de custos
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse ver potencial para reduzir até R$ 1,5 bilhão por ano em despesas do banco, como prédios alugados para terceiros, o que deve ajudar a parte de controle de custos.
Ele acredita que o controle de custos pode abrir caminho para aumentar os investimentos do banco em tecnologia, que são “insuficientes”, em sua visão.
Foco em microcrédito
Guimarães frisou que a carteira de crédito da Caixa não terá como prioridade as grandes empresas. “Nós vamos focar na padaria do seu Joaquim. Não vamos focar nas grandes empresas”, declarou o presidente do banco.
Segundo ele, o banco continuará priorizando o crédito imobiliário. “Vamos continuar fazendo o Minha Casa, Minha Vida, mas também vamos focar no SBPE (crédito com recursos da poupança)”, disse.
Provisões e carteira de crédito
As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (reserva para calotes) somaram R$ 14,9 bilhões em 2018, um montante R$ 4,3 bilhões menor que em 12 meses.
Essa redução, segundo o banco, reflete a queda de R$ 11,8 bilhões na carteira de crédito e a maior concentração em créditos de baixo risco.
Receitas crescem 7,2%
As receitas com prestação de serviços cresceram 7,2% em 12 meses, chegando a R$ 26,8 bilhões até dezembro. Segundo a Caixa, contribuíram para isso as receitas de conta corrente, de fundos de investimento e de cartões.
Já as despesas administrativas tiveram redução de 2,3% em 12 meses, em função da diminuição de 3,6% nas despesas de pessoal e da estabilidade das outras despesas administrativas, mantendo a tendência contínua de ajuste de estrutura e busca pela melhoria da eficiência operacional.
Resultado operacional
O banco teve um resultado operacional de R$ 16,9 bilhões em 2018, valor 16,4% superior ao divulgado no acumulado de 2017.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 16,1% em 2018, alta de 2,45 p.p. em relação a 2017.
Basileia
O Índice de Basileia do banco atingiu 19,6% em 2018, superior ao mínimo de 11,0% exigidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o retorno sobre o patrimônio (ROE), o avanço no índice de Basileia e a redução das despesas sobre receitas são três itens que mostram que o banco continua melhorando sua saúde financeira.
“Em 2016, o índice de Basileia era um grande foco de restrição para o banco, e hoje não é mais”, disse Guimarães.
Para o presidente da Caixa a expansão de crédito é “absolutamente natural” para o nível de Basileia do banco. “Vocês vêem que estamos reduzindo nossa carteira e vamos reduzir ainda mais”, afirmou.
Lucro de outros bancos
O Banco do Brasil registrou lucro líquido contábil de R$ 12,8 bilhões em 2018. O resultado representa um aumento de 16,8% na comparação com 2017, quando a instituição lucrou R$ 11 bilhões.
O banco Itaú informou, no início de fevereiro, que encerrou 2018 com lucro líquido de R$ 24,977 bilhões, um crescimento de 4,2% na comparação com o ano anterior (R$ 23,965 bilhões).
O Bradesco anunciou ter registrado um lucro líquido de R$ 19,085 bilhões, o que representa um crescimento de 30,19% frente a 2017. O Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 12,166 bilhões, alta de 52% na comparação com 2017.