Irmã Dulce será canonizada pelo Papa Francisco em 13 de outubro, em uma grande cerimônia na Praça de São Pedro, no Vaticano. Essas missas abertas, em que a Igreja Católica reconhece novos santos, ocorrem todos os anos e seguem um ritual solene bem típico.
Basicamente, é uma missa como aquela celebrada em todas as igrejas no domingo, mas com uma parte a mais: o chamado “rito de canonização”. Esse “pedaço” diferente da missa costuma ser feito logo no começo da celebração.
A cerimônia em dez pontos:
- A missa começa com o canto inicial e, logo depois, o Papa abre a celebração. Em seguida, há um canto de “invocação do Espírito Santo”. A ideia é pedir a Deus que o ajude a tomar uma decisão acertada.
- O cardeal prefeito da Congregação para a Causa dos Santos – hoje o italiano Dom Angelo Becciu – “apresenta” ao Papa os novos santos. Ele lê uma pequena biografia de cada um. Desta vez, com a Irmã Dulce, serão canonizados também o teólogo e cardeal John Henry Newmann, um dos principais intelectuais cristãos do século 19; outras duas religiosas, Giuseppina Vannini e Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, e uma catequista, chamada Margherita Bays.
- Depois vem uma “ladainha”, que é um canto longo, no qual a Igreja invoca a intercessão de todos os outros santos. Os nomes de muitos santos são mencionados nessa ladainha. Mais uma vez, a ideia é pedir que todos eles ajudem o Papa a tomar a decisão mais certa.
- Finalmente vem a “fórmula da canonização”. Depois que o Papa lê esse texto em latim, eles já são considerados Santos.
- Esta é a fórmula que pode ser usada: “Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de refletir por muito tempo, ter invocado a ajuda divina e ouvido a opinião de muitos Irmãos no Episcopado [bispos], declaramos e definimos Santos os beatos [aqui entram os nomes dos novos santos] e os inscrevemos no registro dos santos, estabelecendo que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
- Em seguida, há um canto de comemoração para celebrar a canonização e agradecer a Deus.
- O cardeal prefeito agradece ao Papa pela decisão e pede que ele redija uma “carta apostólica”, documento que formaliza a canonização.
- A partir desse ponto, a missa continua normalmente, como uma missa comum de domingo: com leituras da Bíblia, a pregação do Papa (ou “homilia”), consagração do pão e do vinho, e a comunhão.
- É comum, no Vaticano, que logo após a missa o Papa reze a tradicional oração do Ângelus, ou oração do meio-dia. É uma oração a Maria, mãe de Jesus, que ele reza todos os domingos na Praça de São Pedro. Nesse momento, ele pode comentar alguma situação política ou humanitária do mundo.
- Imagens dos novos santos ficam expostas na Praça de São Pedro desde o início da missa – diferentemente da “beatificação”, quando a imagem ou foto oficial é revelada só durante a missa. Os beatos são pessoas de boa reputação que podem ser honradas localmente, mas ainda não por toda a Igreja. Com a canonização, eles passam a ser chamados “santos” e celebrados no mundo inteiro.
Fonte: G1