A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população baiana. Além das mais de 583 vítimas fatais atingidas pela doença, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil em Feira de Santana, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Em números absolutos os Cartórios de Feira de Santana registraram 2.445 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 42,5% maior que a média histórica de óbitos no estado, e 13,72% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no município. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 22,01%.
Com relação aos nascimentos, Feira de Santana registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde 2007. Até o final do mês de junho foram registrados 4.659 nascimentos, número 2,1% menor que a média de nascidos no estado desde 2003, e 0,24% maoir que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 8,22% em Feira de Santana.
O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no município, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 72.276 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 37.126 mil em 2021, uma redução de 48,6% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 23,4%, e em relação a 2019 foi de 37,4%.
Queda de números na Bahia
Em âmbito estadual, a Bahia registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 89.960 nascimentos, número 18,4% menor que a média de nascidos no estado desde 2003, e 2% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 13,4% na Bahia.
O Estado também apresentou 52.834 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 39,3% maior que a média histórica de óbitos no estado, e 22% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses na Bahia. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 18,4%.
A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 72.276 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 37.126 mil em 2021, uma redução de 48,6% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 23,4%, e em relação a 2019 foi de 37,4%.
Natalidade e Casamentos
Indo na contra mão do Estado, que apresentou uma queda de 9,7% em relação a média histórica de casamentos no primeiro semestre, Feira de Santana registrou aumento nos números de matrimônios. O primeiro semestre de 2021 mostra uma expressiva recuperação do município após a chegada da pandemia. Até junho deste ano, os Cartórios celebraram 1.552 mil casamentos civis, número 60,7% maior que os 966 matrimônios realizados no ano passado, mas ainda 18,7% maior que 1307 casamentos celebrados em 2019.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia (Arpen/BA)