No Nordeste, não tem para nenhuma outra concessionária que tenha tantas queixas. A Coelba é líder no ranking de número de reclamações, com mais 15 mil queixas no último ano, segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Levando em conta a quantidade de residências atendidas, o índice é 50% maior do que a média nacional. Para quem tem dificuldades com números, é só olhar em volta. É difícil encontrar alguém que nunca tenha enfrentado quedas no fornecimento de energia ou cobranças indevidas.
No mês passado, a concessão da Coelba completou 26 anos, trazendo uma boa notícia para o consumidor: o encerramento do contrato de 30 anos é logo ali, em 2027. Mas, mesmo se destacando nos rankings de reclamação e não cumprindo nem 1% do previsto pela lei de instalação subterrânea, a Neoenergia Coelba tem empregado esforços em uma missão para tentar renovar a concessão. O contrato prevê que faltando três anos para seu fim, a instituição pode pedir a renovação por mais 30 anos, sem que precise ocorrer uma nova licitação e concorrência com outras empresas. Caso não haja negativa do governo, haverá automaticamente a renovação.
A empresa começou mesmo a se preocupar com isso em março, quando deputados estaduais instalaram na AL-BA uma subcomissão para monitorar a revisão. A Comissão de Agricultura da Casa chegou a realizar uma audiência pública com a presença do então presidente da instituição, Luiz Antônio Ciarlini. Quem estava presente conta que o executivo foi “bombardeado de todos os lados”.
Meses depois, Ciarlini saiu da presidência e assumiu Thiago Freire Guth. Foi aí que começaram os trabalhos para melhorar o relacionamento com a Casa: a assessoria e até mesmo representantes da empresa passaram a estar cada vez mais presentes na assembleia. Pelo menos a cada 15 dias, para responder a demandas dos parlamentares. A avaliação é que a Coelba está mais aberta ao diálogo, mas isso não basta. Ao Metro1, o secretário do Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso (PT), resumiu o sentimento dos baianos: “os sinais de melhoras não dão conta da demanda que a Bahia precisa”
Fonte Metro1