O colapso esperado em uma das 35 minas que a Braskem mantinha para mineração em Maceió “ainda está em evolução” e pode acontecer “a qualquer momento”. O alerta foi feito pelo coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés, em entrevista à Globo News na manhã deste sábado (2).
Essas minas são cavernas para extração de sal-gema, atividade realizada na região por décadas, até que um tremor de terra em 2018 abriu rachaduras em 5 bairros. Mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados, afetando cerca de 60 mil pessoas. A empresa interrompeu a mineração no final de 2019 e desde então vinha fazendo um trabalho de fechamento das minas.
Contudo, após 5 tremores de terra somente no mês de novembro, a Defesa Civil de Maceió alertou para o risco iminente de colapso na mina 18, no bairro do Mutange, próximo da lagoa Mundaú, e vem monitorando a velocidade da movimentação do solo no local. O colapso pode afetar outras duas minas vizinhas e abrir uma cratera do tamanho do Maracanã.
Desde que o alerta de colapso foi divulgado, no dia 27 de novembro, diversos tremores de terra foram registrados na área da mina. Foram dois nas últimas 12 horas, um de magnitude 0,39 e outro de magnitude 0,89, ambos a 300 metros de profundidade.
Não há relatos de que os últimos tremores de terra tenham sido sentidos pela população. A área no entorno do Mutange já foi completamente evacuada, assim como na maior parte dos bairros vizinhos, Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro. Segundo a Defesa Civil Estadual, o colapso da mina não representa risco para as demais áreas.
Porém, as consequências para o meio ambiente são catastróficas. Quando houver o desabamento da mina, a água da lagoa, terra e detritos serão escoados para dentro da cratera. O contato com o sal-gema tornaria a água da lagoa salgada e toda a área de mangue na região pode ser impactada.
A Braskem, empresa responsável pela mineração, informou que as atividades para preenchimento da mina 18 estavam em andamento e foram suspensas preventivamente devido à movimentação atípica no solo, mas que continua monitorando a situação e “tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências”.
Fonte g1