Uma pesquisa divulgada pelo IBGE, na última quinta-feira (16), mostrou que a Bahia lidera o número de pessoas que deixaram de procurar emprego. São 877 mil pessoas desalentadas, que deixaram de ir em busca de uma vaga no mercado de trabalho.
Segundo a pesquisa, essas pessoas deixaram de procurar emprego ou porque não conseguiram colocação ou porque não tinha experiência ou era muito jovem ou idosa para uma eventual vaga. Os dados mostraram ainda que, em Salvador, o número de pessoas desocupadas, que procuram emprego, subiu 17%, e deixou a cidade em terceiro lugar entre as capitais do país onde a população busca por uma oportunidade de entrar no mercado de trabalho.
De acordo com Hildásio Pitanga, coordenador da Rede SineBahia, a crise econômica que atinge o país contribui para a queda no número de pessoas na busca por uma vaga. “O fato dessa crise e a quantidade menor de oportunidades de emprego tende a causar o desestímulo dos trabalhadores. Com isso, ele acaba investindo menos na busca de um emprego formal. Provavelmente esse trabalhador está migrando para as atividades informais”, ressaltou.
Ele ainda faz um alerta para os possíveis candidatos que possuem qualificação profissional e deixaram de um buscar a reinserção no mercado de trabalho. “Às vezes, existem alguns profissionais com algum nível de qualificação que acaba abrindo mão desse conhecimento, ou seja, de não está atualizando o seu currículo. E se ele tentar retornar em outro momento, quando o cenário econômico mudar, ele pode ficar com um potencial menor de ingressar de volta ao mercado de trabalho”, disse.
Ainda segundo o coordenador, a unidade central do SineBahia, localizada na Avenida ACM, em Salvador, recebe em média mil pessoas por dia, seja para fazer pesquisa de emprego, atualização de cadastro, seleção, dentre outros serviços.
É o caso da auxiliar de serviços gerais Maria José, de 42 anos. Desempregada há cinco meses, ela tem procurado o SineBahia na busca por uma oportunidade.
“Atualmente eu tenho percebido que está mais difícil conseguir um emprego, no entanto, para quem tem experiência ou um curso técnico fica mais fácil. Ainda assim eu não vou desistir, espero sair daqui hoje com uma carta de encaminhamento”, disse.
Quem também não desistiu foi o operário Edson Sodré, de 49 anos. Fora do mercado de trabalho há mais de um ano, ele tem sobrevivido com os famosos ‘bicos’.
“Tenho experiência na área, mas ainda assim não consegui uma vaga. Estou com minha esposa desempregada e cada diz torna-se mais difícil o sustento da casa”, desabafou.
De janeiro a junho deste ano, o Sine encaminhou 59, 6 mil pessoas para participar de seleções de emprego Bahia. Para cada vaga, três pessoas são encaminhadas. Destas, 17,3 mil pessoas foram contratadas.
Apesar da alta procura por vagas, alguns setores registram dificuldades para encontrar candidatos qualificados. “Todas as atividades que exigem conhecimento técnico, nós temos dificuldades em encontrar candidatos aptos. Atividades na área industrial, por exemplo, e até mesmo áreas mais tradicionais que podem parecer simples, como panificação, açougue, doces e frios, ressaltou o coordenador do Sine.
Fonte: Bocão News