Todos os portes de empresas registraram queda no índice, com destaque para o Sudeste, que teve o pior nível desde 2020
A confiança do empresário industrial sofreu uma queda generalizada em abril, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (25). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial registrou retração em 15 dos 29 setores analisados, além de apontar queda em quatro das cinco regiões do país e entre empresas de todos os portes.
A Região Sudeste liderou a piora no cenário, com recuo de 1,3 ponto, puxando o índice regional para 45,9 pontos — o menor nível de confiança registrado desde junho de 2020. O pessimismo também avançou no Nordeste (-0,6 ponto), Norte (-1,1 ponto) e Centro-Oeste (-0,8 ponto). No Sul, o índice se manteve praticamente estável, com alta discreta de 0,2 ponto.
De acordo com Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, a piora no ambiente de negócios e a visão negativa sobre a economia brasileira explicam o tombo na confiança. “As empresas estão percebendo uma piora nas condições de seus negócios e na economia como um todo. E, olhando para frente, veem uma deterioração nas expectativas tanto em relação à própria empresa quanto ao cenário econômico do país”, afirmou.
No recorte setorial, o levantamento mostra que cinco segmentos migraram de uma situação de confiança para falta de confiança: obras de infraestrutura, produtos químicos (exceto perfumaria e limpeza), equipamentos de informática, máquinas e materiais elétricos, e manutenção e reparação.
Já entre os setores menos confiantes estão produtos de minerais não metálicos, madeira, vestuário e acessórios, e serviços especializados para a construção. No saldo final, 23 segmentos se mostram pessimistas, enquanto apenas seis setores — como extração de minerais não metálicos, bebidas, calçados, biocombustíveis, farmoquímicos e farmacêuticos, e veículos automotores — mantiveram o otimismo.
Outro dado que preocupa é que o pessimismo atingiu indústrias de pequeno, médio e grande porte. Pela primeira vez desde janeiro de 2023, até mesmo as grandes indústrias migraram para o campo da desconfiança.
Fonte: Redação com informações Brasil 61