Quase cinco anos depois, Lionel Messi reencontrará o Maracanã. O atacante é a principal esperança da Argentina para espantar um carrasco recente: a Venezuela, que há tempos deixou de ser o saco de pancadas da Copa América. O jogo desta sexta-feira será realizado a partir das 16h e vale vaga nas semifinais do torneio.
O Maracanã não traz boas lembranças para Messi, único remanescente da equipe titular da Argentina que perdeu a final da Copa do Mundo de 2014 para a Alemanha por 1 a 0. Daquele elenco vice-campeão mundial, somente Messi, Agüero e Di María voltaram ao Brasil para a disputa da Copa América, mas só o camisa 10 foi titular na final.
Com uma seleção transformada em relação ao Mundial de cinco anos atrás, a Argentina tentará vencer a Venezuela após três encontros ruins. Nos últimos jogos entre as equipes, foram dois empates e um triunfo venezuelano. Algo que antigamente era inimaginável, já que a Argentina chegou a ficar 44 anos com 100% de aproveitamento diante do rival (18 vitórias em 18 partidas disputadas).
Antes da Copa América, as seleções disputaram um amistoso que marcou a volta de Messi à Argentina depois de ele dizer que não iria mais atuar no time nacional. Mesmo com o craque, a Venezuela venceu por 3 a 1.
Se no retrospecto recente a Venezuela leva vantagem, no histórico geral ainda está muito atrás. As seleções já se enfrentaram 24 vezes, com 20 vitórias da Argentina, dois empates e dois triunfos do time venezuelano.
“Este tipo de jogo gera maior expectativa, e nossa equipe é consciente da dimensão da partida. Independentemente da realidade do presente, damos valor ao nosso rival por sua qualidade individual e nível competitivo. Enfrentar a Argentina, bicampeã do mundo, que em seu elenco tem, na minha opinião, o melhor jogador do planeta (Lionel Messi), pode ser o jogo mais importante da nossa história”, afirmou Rafael Dudamel, ex-goleiro e técnico da Venezuela.
A última vitória da Argentina sobre o adversário ocorreu justamente em uma fase de quartas de final de Copa América. Foi em 2016. Para Dudamel, sua equipe agora está mais forte. “Amadurecemos muito de lá para cá. É a mesma fase do mesmo torneio, é o mesmo rival, mas é outro técnico, são outros jogadores. O time está maduro, aquela foi minha primeira competição. Este grupo está consolidado, tem mais juventude, mas é mais sólido.”
BATE-BOCA – A paz conquistada pela Argentina depois da vitória sobre o Catar acabou nesta quinta-feira com uma discussão entre dois dos maiores ídolos do futebol do país. César Luis Menotti, técnico campeão do mundo em 1978, e Oscar Ruggeri, zagueiro campeão mundial de 1986, trocaram provocações na véspera do duelo com a Venezuela.
A desavença teve grande repercussão na imprensa argentina e nas redes sociais. Menotti é o atual diretor de seleções da AFA (Associação de Futebol Argentino). Ruggeri, hoje comentarista do canal Fox, se candidatou à função com duras críticas ao atual dirigente. “Há seis meses o colocaram no cargo e agora ele diz que começa de fato depois da Copa América a trabalhar. Não dá para ser tão ruim assim, meu caro, não dá para perdoar tudo”, disse Ruggeri. “Estamos mal, tem de saber disso, tem de botar a cara, aparecer ao lado do técnico Scaloni.”
Menotti respondeu em entrevista ao TyC Sports. “Ficou dez anos comendo churrasco na AFA. Hoje é comentarista, não tem nenhum outro valor que não seja este.”