Se, por um lado, as mulheres baianas e soteropolitanas são cada vez mais chefes de família, a taxa de desemprego entre elas aumentou de 2017 para 2018. De acordo com dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), 42 mil mulheres foram em busca de trabalho em Salvador e RMS, mas apenas 10 mil conseguiram.
Isso quer dizer que 32 mil acabaram no desemprego e a taxa de desempregadas em 2018 chegou a 25,7% na região, o maior valor desde 2003. Em relação a 2017, houve acréscimo de 29 mil mulheres desempregadas.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Ana Margarete Simões, é preciso uma certa criticidade para olhar os dados. Ainda que 10 mil novos postos de trabalho, para mulheres, tenham sido criados no último ano, a maioria desses empregos é precária ou sem carteira assinada. Ela ainda aponta que o número de empregos com carteira assinada diminuiu. No setor privado foram 10 mil vagas a menos; no público, redução de mil vagas.
“Além do problema social e do preconceito, a taxa de desemprego [entre mulheres] aumentou porque não houve geração de postos suficientes para absorver a procura. Mais mulheres estão buscando o mercado, mas enfrentamos um problema econômico e o país não consegue criar emprego para todo mundo”, apontou.
Sem empregos assalariados e com carteira assinada, o que restam são os postos de trabalho ditos precarizados. Por outro lado, houve redução no número de mulheres inseridas em posições mais qualificadas.
Vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos na Bahia (ABRH-BA), Elisa Chies aponta que medidas de equidade de gênero ainda são embrionárias nas empresas e que isso tem impacto direto na empregabilidade das mulheres baianas.
Chies ainda apontou que existem medidas vinculadas à Organização das Nações Unidas (ONU) para acelerar esse processo e oferecer um tratamento mais igualitário entre homens e mulheres, tanto na hora da disputa por colocações no mercado, quanto para as oportunidades de crescimento dentro das organizações. Entre elas, está uma diretriz que pede o estabelecimento de lideranças corporativas sensíveis à igualdade de gênero.
A vice-presidente da ABRH-BA afirma que, por conta dessa visão desigual, em casos onde uma mulher e um homem possuem a mesma qualificação e aptidão para exercer um trabalho, a tendência é de que ele fique com a vaga. Por outro lado, ela acredita em uma melhora para o futuro, justificando que existem empresas que adotam medidas de equidade e chegaram a estabelecer metas relacionadas à quantidade de mulheres ocupando cargos, inclusive de liderança, dentro de seus quadros.
Com informações Correio24Horas