Integrantes da cúpula da Secretaria Estadual da Fazenda decidiram entregar os cargos que ocupam na pasta, em represália à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os salários máximos pagos a servidores do Executivo à remuneração recebida pelo governador Rui Costa (PT).
A medida foi discutida ontem, durante reunião a portas fechadas no Instituto dos Auditores Fiscais da Bahia (IAF), sindicato que representa a categoria. A lista de nomes que apoiaram o pedido de exoneração em massa inclui o subsecretário da Sefaz, João Batista Aslan Ribeiro, diretores e superintendentes das áreas de Gestão Fazendária, Arrecadação, Controle, Fiscalização e Administração Tributária.
Goela abaixo
Responsável por sucessivos recordes de arrecadação de impostos e pelas principais medidas de contenção adotadas pelo atual governo, os auditores se sentem traídos pelo chefe da Sefaz, Manoel Vitório. Argumentam que a PEC do Teto de Rui impõe perdas à categoria e não foi discutida com eles antes por Vitório.
De volta para o futuro
De olho em 2022, o governador Rui Costa intercedeu pessoalmente a favor do PP na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa. Segundo apurou a Satélite, Rui pediu ao PSD que abrisse mão da disputa e apoiasse o deputado Nelson Leal (PP), vencedor por antecipação. No entanto, foi fechado um acordo em que o PP apoiará a candidatura do deputado Adolfo Menezes (PSD) ao comando da Casa em fevereiro de 2022.
Caso renuncie para disputar o Senado, Rui evita que o PP tenha os dois principais postos na hierarquia do Executivo – o do vice-governador João Leão e de presidente da Assembleia. Ao mesmo tempo, o petista impediu que o papel de fiel da balança ficasse com a oposição, na hipótese de bate-chapa entre Leal e Menezes.