Levantamento do DataPoder360 nos dias 3 e 4 de outubro de 2018 (últimas 4ª e 5ª feiras) indica que Jair Bolsonaro (PSL) chega a 33% dos votos válidos –aqueles que excluem brancos, nulos e indecisos na pesquisa.
Para vencer no 1º turno de 7 de outubro é necessário ter, pelo menos, 50% mais 1 dos votos válidos.
Nunca em eleições presidenciais brasileiras 1 candidato com menos de 45% em pesquisas nos dias próximos à votação conseguiu vencer no 1º turno. Arrancadas em 2 ou 3 dias ocorreram em eleições para governador e para prefeito, mas não em corridas para o Planalto.
Fernando Haddad (PT) tem 27% dos votos válidos, segundo o DataPoder360. O cenário está polarizado. Sem grandes mudanças bruscas na disputa, o 2º turno será entre o petista e o capitão do Exército na reserva.
Sobrou também apenas 1 nome para ser a eventual 3ª via. Trata-se de Ciro Gomes (PDT), que tem 16% dos votos válidos, 11 pontos atrás de Haddad.
Geraldo Alckmin (PSDB), que teve a campanha com quase 50% do tempo de rádio e TV no horário eleitoral, segue com desempenho fraco. Pontuou apenas 8% dos votos válidos no DataPoder360.
Henrique Meirelles (MDB) está com 3%, a mesma taxa de Marina Silva (Rede). João Amoêdo (Novo) e Guilherme Boulos (Psol) registram 2%. Álvaro Dias (Podemos) está com 4%.
Uma surpresa entre os candidatos pouco competitivos foi o Cabo Daciolo (Patriota). Depois de sua aparição em debates recentes e inúmeros “memes” na internet, ele saiu quase de quase zero a 3% em duas semanas.
A pesquisa entrevistou 4.000 pessoas em 375 cidades em todas as unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O registro na Justiça Eleitoral é BR-07142/2018.
A pesquisa do DataPoder360 é realizada por meio de ligações para telefones celulares e fixos. Nenhuma classe social é excluída do levantamento. Cerca de 90% dos brasileiros têm acesso a telefone. O sistema faz discagens aleatórias e de maneira parametrizada para atingir comunidades de todas os segmentos demográficos –pois cada telefone está atribuído a 1 CEP e assim é possível atingir áreas de alto, médio e baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
HÁ CHANCE DE 1º TURNO?
Não é impossível que a fatura possa ser liquidada no domingo, 7 de outubro. Mas seria 1 fato nunca visto em eleições presidenciais no Brasil no período pós-ditadura, desde 1989.
Só em duas ocasiões houve decisão já no 1º turno: em 1994 e em 1998. O vencedor foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na véspera do 1º turno em 94, FHC tinha 48% nas pesquisas. Depois, em 98, registrava 49% dias antes da disputa.
Nesta disputa de 2018 há uma incógnita a respeito do volume do “não voto” no domingo. A taxa dos que dizem votar branco, nulo ou que se declaram indecisos tem caído. O “não voto” agora é de apenas 7%, segundo o DataPoder360. Em fases anteriores da campanha esteve na redondeza dos 30%.
Quanto menos pessoas votarem, melhor para quem está na frente –Jair Bolsonaro. Fica mais fácil de ter 50% mais 1 dos votos válidos.
O voto feminino também continua sendo muito relevante para o desfecho desta eleição. As mulheres são as mais indecisas neste momento: 6% dizem votar em branco ou nulo –contra apenas 1% entre homens.
A equipe de campanha do PSL e o próprio Bolsonaro têm propagado que a vitória no 1º está ao alcance da mão e tudo será realizado para conquistar essa meta no domingo. A estratégia só dará certo se houver uma desidratação acelerada de outros candidatos de centro e de centro-direita.
Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo (Novo) têm, juntos, 17% dos votos válidos. Bolsonaro precisaria pescar todos esses 17 pontos para chegar a 50% mais 1 dos válidos no domingo. Não é tarefa trivial.
O maior obstáculo para o candidato do PSL é o fato de muitos eleitores a esta altura se declararem muito decididos sobre em quem vão votar. Ou seja, quem já escolheu algum nome para ser presidente não está mais disposto a mudar de opinião.
Fonte: MSN