A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,8% no trimestre encerrado em julho, atingindo 12,6 milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se da quarta queda seguida na comparação com o mês anterior e da menor patamar de desemprego do ano, representando recuo também em relação ao mesmo período de 2018, quando a taxa ficou em 12,3%. O desemprego, entretanto, ainda é maior que o registrada no trimestre encerrado em dezembro (11,6%).
O número de desempregados diminuiu 4,6% (menos 609 mil pessoas) em 3 meses e caiu 2% (menos 258 mil) em relação a igual período de 2018.
A população ocupada no país somou 93,6 milhões de pessoas em julho, o que representa um crescimento de 1,3% (mais 1,2 milhão de pessoas) em relação ao trimestre encerrado em abril. Trata-se também da maior população ocupada da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Em 1 ano, o contingente de ocupados aumentou em 2,2 milhões de brasileiros, alta de 2,4%.
Avanço do trabalho informal
Os números do IBGE mostram, entretanto, que a recuperação do mercado de trabalho tem sido ditada sobretudo pelo aumento do trabalho informal e da subocupação.
“A população ocupada é recorde, mas 41,3% dessa população é de trabalhadores informais”, destacou o pesquisador. No mesmo trimestre do ano passado, os informais representavam 40,5% da população ocupada.
Esse contingente de informais é composto por pessoas empregadas no setor privado sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por “conta própria” sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.
Dos 2,2 milhões de postos de trabalho gerados no país em 1 ano, 1.192 corresponderam a trabalhadores por conta própria, sendo apenas 327 mil com CNPJ. Outros 619 mil referem-se a empregos sem carteira e 107 mil a ocupações de auxílio familiar. Ou seja, cerca de 75% das vagas criadas estão relacionadas ao trabalho informal.
Trabalhos sem carteira e por conta própria batem novo recorde
O número de empregados no setor privado sem carteira assinada subiu 5,6% em 1 ano, atingindo 11,7 milhões (mais 619 mil pessoas), maior valor já registrado pela pesquisa. Já o número de trabalhadores por conta própria aumentou 5,2% frente ao mesmo período de 2018, atingindo o recorde de 24,2 milhões (mais 1,2 milhão de pessoas).
Já o número de empregados com carteira assinada ficou praticamente estável em julho, segundo o IBGE, reunindo 33,1 milhões de pessoas.
“Aquele avanço da carteira assinada que observamos no trimestre anterior não se repetiu. Tinha-se a expectativa de que ela seguiria crescendo. O que se confirma nessa divulgação é a redução da desocupação pela informalidade e pela subocupação”, avaliou Azeredo.
A economia brasileira criou 43.820 empregos com carteira assinada em julho, segundo números divulgados na semana passada pelo Ministério da Economia. Os números oficiais mostram também que, nos sete primeiros meses deste ano, foram criados 461.411 empregos com carteira assinada – alta de 2,93% frente ao mesmo período do ano passado.