A cada 100 pessoas, 17 pensam e três tentam suicídio. Discutir o assunto é a melhor maneira de buscar soluções para o tema. A afirmação é da enfermeira e especialista em saúde mental, Mariana Lopes, durante capacitação em alusão ao Setembro Amarelo.
O evento que aconteceu nesta terça-feira, 11, na Secretaria Municipal de Saúde, por iniciativa da Atenção Básica, reuniu médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e estudantes em busca de qualificação no atendimento a pacientes com transtornos psíquicos.
Durante a palestra, Mariana ressaltou a importância do acolhimento, escuta qualificada e do vínculo pelos profissionais que estão nas unidades de saúde. “Alguns pacientes vão a unidade apenas para conversar com vocês, o acolhimento neste primeiro momento pode trazer grandes contribuições para o tratamento. Vocês podem utilizar de momentos integrativos, como grupos de roda de conversa e atividades físicas que trazem qualidade de vida”.
Problema de saúde pública
Estima-se que até 2020 a depressão interligada ao suicídio seja um problema de saúde pública. De acordo com a coordenadora da rede de saúde mental, Robervania Cunha, o levantamento mais recente, feito há dois meses, envolve crianças de 8 anos a adultos de 84 anos de idade. “Esse momento vale uma reflexão para entendermos mais sobre o assunto e como profissionais sabermos agir”, afirma.
Importância da solidariedade com o próximo
Presente no evento, a secretária de Saúde Denise Lima Mascarenhas ressaltou a importância da solidariedade com o próximo. “Nos habituamos a referenciar transtorno mental apenas a distúrbios mais severos, quando na verdade você pode estar ao lado de uma pessoa todos os dias, no trabalho ou até mesmo um paciente que tem algum tipo de desequilíbrio. Então vamos ser solidários, o mundo melhor começa dentro da gente e o exemplo bom contamina”, ressalta.
A capacitação prossegue até o dia 13 na Secretaria de Saúde. Mas os profissionais estarão trabalhando até o fim do mês o assunto nas unidades. “A gente ver todos os dias reportagens sobre pessoas que atentaram contra suas próprias vidas, e ficamos no perguntando ‘por que?’. E é para isso que buscamos esse espaço, para entender como está sendo o acolhimento no nosso dia a dia”, informa a enfermeira referência em saúde mental da Atenção Básica, Cristiane Bastos.