A novidade tem apoio do Ministério da Saúde e coordenação do Conselho Nacional de Justiça e Cartório Notarial do Brasil
Uma iniciativa possibilitará a autorização, por meio de uma plataforma eletrônica, a manifestação de doação, que a partir de agora ficará registrada nos cartórios nacionais, por meio da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, Tecidos e Partes do Corpo Humano (AEDO).
A novidade, apoiada pelo Ministério da Saúde e coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça e Cartório Notarial do Brasil tem como objetivo simplificar, de forma segura e legal, a doação de órgãos e tecidos de forma individual. Quem desejar manifestar esta intenção basta registrar no aplicativo ou no site www.aedo.org.br.
Para o médico Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, a medida deverá impulsionar a doação de órgãos, tendo em vista que “nesse processo de doação de órgãos um dos motivos da negativa familiar é desconhecer que o parente desejava ser doador”. A iniciativa é relevante também para potenciais doadores que não possuem familiares vivos e, portanto, não poderiam doar.
Por meio da Central Nacional de Doadores de Órgãos, será possível consultar a autorização da pessoa falecida – com o número do CPF – junto ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que é ligado ao ministério.
No ano passado, o Sistema teve excelentes resultados quanto ao número de doadores efetivos de órgãos e transplantes realizados, tanto em números absolutos quanto na taxa por milhão de população. Dados do Ministério da Saúde mostram que, no ano passado, 14.138 potenciais doadores foram notificados, resultando em 4.129 doadores efetivos de órgãos.
NEGATIVA FAMILIAR
Segundo o médico Eraldo Moura, na Bahia a negativa familiar à doação de órgãos fica em torno de 61%, índice acima da média nacional, e esse ainda é um dos principais entraves para a efetivação das doações e, consequentemente, a realização dos transplantes.
No ano passado, em todo o Estado, foram realizados 308 transplantes de rim, sendo 22 de doadores vivos; 582 de córneas e 45 de fígado. A fila de espera para transplante tem 1843 pacientes para rim, 1331 para córnea, 30 para fígado e 3 para transplante cardíaco. Todas as pessoas são doadoras em potencial, após avaliação médica da história clínica e das doenças prévias. É possível doar coração, pulmão, fígado, rim, pâncreas, intestino, córnea, medula óssea, pele, osso, tendão e válvula cardíaca (tecidos).
Esse ano, até o mês de março, foram contabilizadas 55 doações de múltiplos órgãos e foram realizados 89 transplantes de rim, 17 de fígado, 118 de córnea e 2 de coração.
Fonte: Sesab