Para além da queda nas temperaturas, com o inverno também chegam as doenças respiratórias. As chamadas “doenças de inverno” incluem rinite alérgica, asma, sinusite, exacerbações de bronquite crônica, DPOC (doença obstrutiva pulmonar crônica), enfisema pulmonar e pneumonias. Os casos dessas doenças podem aumentar cerca de 30% neste período do ano, segundo o diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Guilhardo Fontes Ribeiro, o que acende um alerta para a prevenção.
Em 2024, cerca de 2 mil pessoas morreram vítimas de pneumonia, doença provocada por micro-organismos (vírus, bactéria ou fungo) ou pela inalação de produtos tóxicos. A pneumonia pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, no caso do inverno, devido a mudanças bruscas de temperatura.
Ainda conforme Guilhardo Ribeiro, a baixa umidade do ar nesta época do ano e a poluição atmosférica também são fatores que podem propiciar o aumento nos casos.
“O frio pode ressecar a mucosa das vias aéreas. Quando a temperatura cai, nós suamos menos, tendemos a beber pouca água, o que favorece esse ressecamento da mucosa, deixando-a muito mais sensível a um grande leque de doenças alérgicas e infecciosas, especialmente as virais. Sem contar que, durante o inverno, aumenta a poluição, porque a dispersão da poluição não vai para grandes altitudes, irritando ainda mais as vias aéreas, abrindo espaço para as infecções”, afirma o médico.
Salvador teve mais de 4 mil internações por pneumonia em 2024
Entre janeiro e março deste ano, 4.418 pacientes diagnosticados com pneumonia foram internados na Bahia. No mesmo período do ano passado, foram 1.227, um crescimento de aproximadamente 260% nos internamentos.
Ao todo, 33.159 mil pessoas foram internadas com pneumonia na Bahia em 2023. Crianças entre 1 e 4 anos foram as mais atingidas pela doença no estado, somando 7.371 casos em todo o ano, 22,2% dos registros.
Segundo o especialista, crianças e idosos são os mais vulneráveis nesta época do ano, uma vez que estão com o sistema imunológico em formação ou já debilitado. “As alergias e infecções são mais severas nestes períodos. No fim da vida, existe um fator agravante, que são as várias doenças associadas, como doenças cardiovasculares”, pontua o especialista.
Fonte Ibahia