O dólar passou a operar em queda nesta quinta-feira (25), após bater R$ 4 logo na abertura, à espera do andamento da reforma da Previdência no Congresso.
Às 10h50, a moeda norte-americana caía 0,26%, a R$ 3,9758. Veja mais cotações.
O mercado repercute a ausência de novas notícias após a aprovação da admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Agentes financeiros se posicionam defensivamente com a expectativa de que o governo agora terá dificuldade para passar a reforma na comissão especial e de que o texto poderá ser diluído.
Apesar de a reforma ter avançado na CCJ, essa primeira vitória do governo já foi incorporada no mercado, e agora os investidores esperam novos esforços nas próximas etapas, nas quais as dificuldades deverão ser maiores para passar o projeto.
A comissão especial terá prazo de 40 sessões, a partir de sua constituição, para proferir parecer, sendo que a apresentação de emendas à proposta tem de ser feita nas 10 primeiras sessões.
Agentes financeiros veem com bons olhos a atuação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que desponta novamente como principal fiador da proposta e que tende a desempenhar papel decisivo na discussão do mérito da PEC na comissão especial.
“Maia deu vários recados positivos na quarta-feira. O mercado gosta de saber que tem alguém que chamou para si a responsabilidade de algo tão grande como a reforma da Previdência”, explicou à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.
Maia anunciou que o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) vai presidir a comissão especial que será instalada no final da manhã desta quinta para analisar a proposta de reforma da Previdência. Maia também informou que o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) vai ser o relator do texto. Maia está se colocando como intermediário nas negociações entre o governo e o centrão.
O mercado reage ainda com cautela aos números da economia, como a divulgação de fechamento de 43 mil empregos na quarta, o que pode abalar a força política do governo, necessária neste momento para aprovar a reforma.