O dólar opera em alta nesta terça-feira (5), após chegar a a bater R$ 3,80 e renovar máximas desde março de 2016, influenciado pelo movimento no exterior e pelo cenário político local. O avanço da moeda perdeu força com a atuação mais forte do Banco Central (BC).
Por volta de 13h, a moeda norte-americana subia 0,96%, vendida a R$ 3,7792, após chegar a R$ 3,8062 na máxima da sessão até o momento. Já o dólar turismo era negociado a R$ 3,93.
A última vez que o dólar havia atingido a cotação de R$ 3,80 foi no dia 8 de março de 2016 (R$ 3,8025).
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,58%, vendida a R$ 3,7434. Já o dólar turismo foi vendido perto de R$ 3,90.
Cenário local
A sessão repercute pesquisas eleitorais, com os investidores se mostrando preocupados com a possibilidade de vitória de um candidato não reformista e que não seja considerado pró-mercado.
Os investidores também continuam cautelosos com os desdobramentos da greve dos caminhoneiros, que afetou o abastecimento do país nas últimas semanas. O governo acabou cedendo na maioria das reivindicações da categoria para baixar os preços do diesel, gerando uma conta bilionária que impactará os cofres públicos, prejudicando o ajuste fiscal.
Agora, o governo trabalha para mudar a periodicidade dos reajustes de preços de gasolina sem mudar a política de preços da Petrobras.
Cenário externo
No exterior, o dólar operava com leve alta ante uma cesta de moedas, mas exibia forte avanço ante divisas emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.
Dados fortes de emprego dos Estados Unidos divulgados recentemente reavivaram as apostas de que o Federal Reserve, banco central do país, pode aumentar a taxa de juros mais três vezes este ano. As expectativas do mercado, por enquanto, são de mais dois aumentos até dezembro.
Juros elevados têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.
Atuação do BC
Com isso, o dólar disparou no mercado brasileiro também, desencadeando um movimento conhecido como “stop loss”, quando os investidores desfazem suas posições rapidamente diante de sinais que consideram mais negativos.
Segundo o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, não houve saída de recursos do mercado, apenas esse movimento técnico.
Assim, o BC brasileiro decidiu entrar mais pesado e anunciou novo leilão de até 30 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, ainda nesta sessão.
Vendeu 16.210 contratos e, em seguida, anunciou outro leilão para tentar vender o restante de 13.790 swaps.
A autoridade monetária já havia feito leilão de novos swaps neste pregão e vendeu a oferta integral de até 15 mil contratos, totalizando US$ 3,061 bilhões neste mês.
E também vendeu integralmente a oferta de até 8.800 swaps para rolagem, já somando US$ 1,320 bilhão do total de US$ 8,762 bilhões que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o volume.
Fonte: G1