Um empresário da Bahia reclamou a propriedade dos R$ 51 milhões encontrados pela Polícia Federal (PF) no apartamento que ficou conhecido como o “bunker” do ex-ministro Geddel Vieira Lima em Salvador. Desde o último dia 8, quando o Supremo Tribunal Federal manteve a prisão de Geddel e o tornou réu por lavagem de dinheiro e associação criminosa, um homem que se identifica como Carmerino de Souza realizou ligações diárias para o escritório do advogado de Geddel, o criminalista baiano Gamil Föppel, alegando ser o verdadeiro dono do dinheiro. O empresário também enviou e-mails ao advogado para declarar a posse dos valores apreendidos na Graça em 5 de setembro do ano passado, durante a Operação Tesouro Perdido, um dos desdobramentos da Lava Jato.
Bola passada
O episódio consta em petição encaminhada anteontem por Gamil Föppel ao superintendente da PF na Bahia, Daniel Justo Madruga. Nela, o criminalista detalha os contatos feitos pelo empresário de “forma insistente”.
Cerco total
Responsável pela defesa do ex-ministro dos governos Lula e Michel Temer, Gamil Föppel informa na petição que havia orientado todos os seus funcionários a direcionar o empresário à Polícia Federal, para que ele declarasse a posse dos R$ 51 milhões . “Mesmo após essa advertência, o referido senhor tem insistido em buscar contato com este peticionário (e demais advogados de seu escritório), passando a proferir expressas ameaças”, diz Gamil. O advogado afirma ainda que, na última terça-feira, o empresário foi barrado na portaria do edifício onde funciona o escritório de advocacia e dirigiu novas ameaças a ele.
Olho no nome
Nos contatos com o advogado de Geddel Vieira Lima, o homem que diz ser dono do dinheiro achado no bunker se identifica como Carmerino Conceição de Souza. De acordo com buscas no cadastro de pessoas jurídicas da Receita, ele é sócio em 18 empresas – dez na Bahia, seis no Distrito Federal e duas em Goiás. Todas são ligadas ao Grupo Polocal, que atua nos segmentos de veículos usados, tecidos e intermediação de mão de obra, com sede em Camaçari. Procurado, Gamil Föppel disse que não iria comentar o caso.
Fonte: Correio24horas