Segundo o presidente-eleito da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban, é preciso fortalecer os laços econômicos e comerciais e ampliar os investimentos entre as comunidades do bloco econômico
Cerca de 30 empresários brasileiros estão trabalhando pelo fortalecimento da integração econômica entre os países que formam o Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A comitiva integra o Conselho Empresarial do Brics (Cebrics) e vai participar do encontro anual do bloco que ocorrerá entre os dias 22 e 23 de agosto, em Joanesburgo, na África do Sul.
A comitiva empresarial é liderada pelo presidente-eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, que assume o cargo oficialmente no fim de outubro, mas já está realizando duas missões empresariais no exterior: a Cúpula do Brics, na África do Sul, e a reunião dos empresários do B20, braço empresarial do G20, em Nova Delhi, na Índia.
Em uma primeira reunião do setor privado dos países do Brics, realizada no último sábado (19), o presidente-eleito da CNI destacou o interesse dos empresários em aumentar a participação no mercado indiano.
“A Índia deverá apresentar um desenvolvimento e um crescimento econômico bastante vigoroso nos próximos anos. Então seria muito interessante que nós possamos compartilhar desse crescimento e fazermos com que tenhamos uma maior amplitude não só comercial, como de investimentos mútuos. Já tem muitas indústrias que estão localizadas dentro da Índia e certamente deste novo nível de crescimento econômico deverá surgir muitas oportunidades, principalmente no que diz respeito a aproveitar encadeamentos produtivos e essa movimentação das cadeias globais de valor.”
Alban ainda destaca a importância do diálogo do mundo com o Brics que, segundo ele, é fundamental.
“O Brics reúne os países como Brasil, África do Sul, China, Índia e Rússia. Eles representam 42% da população mundial e 25% do PIB mundial. Isso por si só justifica a importância e o quanto nós temos que dedicar atenção para que esse processo possa ser efetivo e que nós possamos garantir, sim, o que é mais importante para toda a economia e para o nosso Brasil: as entregas. E as entregas são capital, investimentos. As entregas são melhorar o nosso poder de competitividade”, afirma.
Para o presidente-eleito da CNI, é preciso estar próximo dos países correlatos, principalmente no atual momento, em que se cogita a possibilidade da agregação de outros países ao bloco. Segundo ele, o Brasil precisa ampliar as oportunidades de interação comercial.
“A participação internacional do Brasil ainda é muito pequena e, com o potencial que nós temos no agronegócio, com a capacidade que nós podemos ter de agregar valor a esse agronegócio, já mitigando com a reforma tributária uma boa parte da falta de competitividade da agregação de valor, nós também temos que encontrar junto com o Brics uma forma de buscar foco, recursos suficientemente competitivos para estimular o comércio internacional”, diz.
Segundo Alban, após a reunião da cúpula em Joanesburgo, os empresários irão se reunir com o B20, em Nova Delhi, para traçar planos e estratégias complementares. O encontro pretende maximizar as ações e garantir mais entregas, efetividade e oportunidade no mercado internacional.
O Cebrics possui 25 empresas, cinco de cada país. Durante o encontro, a CNI vai defender uma nova estratégia para desenvolver a indústria brasileira, com propostas aderentes às áreas de atuação do banco, como descarbonização industrial; energia limpa e eficiência energética; infraestrutura de transporte; e infraestrutura digital.
Fonte: Brasil 61