Salvador fará parte da campanha nacional que centrais sindicais e várias entidades da sociedade civil estarão realizando nesta terça (dia 31) contra a aprovação da Medida Provisória (MP 844) que o governo federal colocou em tramitação no Congresso Nacional, para permitir a venda de companhias estaduais de saneamento. A manifestação na capital baiana será feita diante da sede da Embasa, no CAB, a partir das 8:30 horas de terça.
A campanha tem buscado o apoio de igrejas e associações de classe, como as de advogados e de engenheiros, para que os deputados sejam pressionados e votem contra essa medida provisória. É uma corrida contra o tempo, pois o recesso parlamentar termina agora, começo de agosto, e o governo quer destravar a venda das companhias de saneamento o mais rápido possível. Na semana passada ele iniciou a venda de seis distribuidoras de energia da Eletrobras, começando pela empresa do Piauí (a Cepisa). Juntando ao sucateamento da Petrobras, fechamento de fábricas de sondas e do polo naval, além da venda do pré-sal, o governo do presidente Michel Temer tem feito o “jogo sujo” de repassar o melhor do patrimônio nacional para grupos empresariais, sobretudo estrangeiros.
De acordo com integrantes do Observatório do Saneamento Básico da Bahia, uma das entidades que está à frente da manifestação em Salvador, a privatização dessas empresas vai piorar a qualidade dos serviços e encarecer as tarifas, tornando difícil o acesso da população mais pobre ao saneamento e criando um ambiente propício à proliferação de doenças. Segundo eles, por ser essencial para a vida, a água em mãos de empresários é um instrumento capaz de gerar altíssimos lucros à custa de vidas humanas.
Apontam, inclusive, para a humilhação sofrida pelos baianos a partir do momento que a Coelba (privatizada, gerida por um grupo espanhol) cortou o pagamento dos boletos nas lotéricas, para evitar de pagar o custo desse serviço à Caixa Econômica Federal. Com receio do corte de energia, o consumidor ficou horas e horas em filas para pagar seu boleto, até o ponto do Ministério Público intervir e pressionar a Coelba para a solução do problema. Mas até isso acontecer, estima-se que muita gente teve o serviço cortado por falta de pagamento.
Fonte: Pedro Romildo – Coordenador do Observatório do Saneamento Básico da Bahia