Um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que 65% dos pequenos empreendedores estão endividados. Desse total, 15% relataram que o preço do aluguel é o que mais pesa no orçamento.
Desde o início da pandemia, muitos empresários tiveram faturamento reduzido. Os custos para manter as lojas, no entanto, não diminuíram no mesmo período. O gerente regional do Sebrae, Rogério Teixeira, comenta a situação.
“Associado também a esse alto custo que eles relatam de aluguel, também teve a redução drástica, nesses últimos meses, de faturamento devido à baixa circulação ou não preparação desses negócios para o digital”, comentou.
Para não ficar no vermelho, alguns empreendedores de Salvador, como Andreza Oliveira, que trabalha com confecções, decidiram fechar seus pontos fixos.
“As contas começaram a chegar, o comércio fechado, e não estava tendo nenhum tipo de venda. Então, eu tive que dar uma pausa para me reorganizar e tive que entregar a loja”, contou ela.
Para tentar equilibrar as contas, Andreza começou a fazer as vendas na varanda de casa. Além disso, apostou na produção de conteúdo pela internet, para manter as vendas. Parcerias com influenciadores digitais e entrega de brindes foram alguns dos artifícios que ela usou para evitar o fechamento da empresa.
“Agora as lojas aumentaram as vendas, devido a regularização de festas, eventos. Bares e restaurantes estão funcionando, então as pessoas começaram a procurar mais. E eu tenho hoje um lucro maior, porque não pago aluguel. Tenho os meus custos de casa, e a loja é na minha própria casa”.
Essa alternativa, contudo, não pôde ser adotada para todo tipo de comércio. Na região das Sete Portas, importante centro de compras de Salvador, por exemplo, não é difícil encontrar placas de aluga-se ou vende-se em diversos imóveis.
Os anúncios são o reflexo de empreendimentos que não resistiram aos impactos das restrições necessárias para conter a disseminação da Covid-19. O avanço da vacinação é essencial para a retomada das atividades, mas Rogério pontua que é preciso fazer adaptações, com investimentos, sobretudo, no meio digital.
“Aquilo que talvez se previa para os próximos cinco, dez anos, os empreendedores – principalmente os menores, os pequenos – precisaram acelerar esse processo, muito devido à questão da necessidade, por causa da pandemia, do distanciamento social, também para que as pessoas evitassem a circulação”.
Fonte G1/BA