O euro alcançou pela primeira vez a paridade com o dólar nesta terça-feira (12), desde o início da circulação, há duas décadas, da moeda única europeia, segundo dados da Bloomberg.
A desvalorização da moeda europeia frente à norte-americana vem sendo acentuada por conta de preocupações de que uma crise de energia levará a Europa a uma recessão. Ao mesmo tempo, a moeda dos EUA segue valorizando pelas expectativas de que o Federal Reserve (BC dos EUA) aumentará as taxas de juros mais rapidamente que o esperado.
Os operadores do mercado temem uma grande crise energética na União Europeia devido à interrupção do fluxo de gás russo que chega pelo gasoduto Nord Stream 1, atualmente em manutenção. A tensão alimenta os temores de uma recessão na Europa.
Com isso, os investidores privilegiam a moeda norte-americana, que chegou a ser negociada a um dólar por euro nesta terça, na maior cotação diante da divisa europeia desde 2002.
Um cenário de recessão pode dificultar os planos do Banco Central Europeu (BCE) caso a instituição queira pôr fim à política de juros baixos e passar a subir a taxa para combater a inflação que agrava a situação.
Ao mesmo tempo, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) tem mais margem de manobra para continuar elevando as taxas, já que os números de emprego divulgados na sexta-feira (8) provaram que a economia dos Estados Unidos apresenta maior resiliência no momento.
Economistas explicam motivos
O maior gasoduto que transporta gás russo para a Alemanha, o Nord Stream 1, começou a manutenção anual na segunda-feira, com previsão de interrupção por 10 dias. Mas governos e mercados estão preocupados que a Rússia possa estender a paralisação por causa da guerra na Ucrânia, exacerbando a crise de energia e levando a economia à recessão.
Analistas dizem ainda que a economia fraca aumenta a incerteza sobre o plano do Banco Central Europeu (BCE) de aumentar as taxas de juros.
A moeda dos EUA está sendo valorizada com as expectativas de que o Federal Reserve continuará a aumentar agressivamente as taxas à medida que enfrenta a inflação crescente. A próxima reunião será nos dias 26 e 27 de julho.
“O Fed vai aumentar as taxas de forma mais agressiva do que a maioria dos outros bancos centrais de mercados desenvolvidos e não achamos que outros bancos centrais realmente tenham como acompanhar essa elevação”, disse à Reuters Bipan Rai, chefe norte-americano de estratégia FX da CIBC Capital Markets em Toronto.
Fonte G1