A defesa do ex-assessor do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e de seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Job Ribeiro Brandão, pediu absolvição na ação penal na qual é réu por lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.
A publicação lembra que, em maio, a Segunda Turma da Corte aceitou denúncia contra Job, Geddel, Lúcio, e a mãe deles, Marluce Vieira Lima, no caso do apartamento em Salvador onde eram guardados R$ 51 milhões. No entanto, os advogados do ex-assessor destacaram que ele colaborou com a investigação e que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não foi capaz de indicar o crime supostamente cometido por ele. Assim, merece ser absolvido.
“A única conduta que poderia ser atribuída a JOB é a de ‘contar dinheiro’ e/ou ‘transportar’ os valores de um local para outro e, ainda assim, sem qualquer dolo de praticar crime, porque não tinha conhecimento da suposta origem ilícita do numerário que manuseava, nunca foi detentor de valor algum ou beneficiado por ele, assim como não tinha qualquer poder de decisão sobre aquisição, recebimento, troca, negociação, fornecimento, guarda, depósito, movimentação ou transferência, pois que, tão somente cumpria as ordens emanadas da família Vieira Lima, aparentemente lícitas”, diz trecho do documento enviado ao ministro Edson Fachin, relator da ação penal no STF.
Ainda de acordo com o jornal, a defesa voltou a dizer que Job, embora pago como assessor parlamentar de Geddel e Lúcio, era “mero empregado doméstico”, sendo encarregado por vezes de contar dinheiro e conferir o valor. “Importante observar que Job era verdadeiro anônimo aos fatos, até que suas digitais foram encontradas em algumas das milhares de cédulas apreendidas no âmbito das investigações”, escreveram os advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane.