Na prova de marcha, batida ou picada, cavalos e peão mantêm o mesmo ritmo nas corridas: passadas curtas e rápidas. O conjunto perfeito evita que pontos importantes sejam perdidos nas avaliações dos árbitros. Um vacilo só e uma competição vai para o brejo. E para que seja perfeito, o entrosamento da dupla deve ser iniciado cedo.
“A forma de condução do peão é fundamental para o sucesso na pista”, diz o tratador Ricardo de Andrade, de Eunápolis, sul da Bahia, que guiou a potra Luna Cruz Divina. A relação deve ser de confiança porque ambos ganham se conseguirem um triunfo. “A vitória do animal significa um triunfo do peão”, acentua. Diz que tem muitas medalhas e troféus acumulados nos últimos anos.
Sem ganhos financeiros
Mas nem sempre a vitória na pista se transforma em ganhos financeiros para o peão – geralmente o dono do cavalo ganha com negociações futuras. “Tem uns que não dão nem um presente para a gente”, reclama, discretamente, Ricardo Andrade.
Treinamento é brabo
Tratador desde 2007, Sebastião Alves de Souza, que gosta de ser chamado de Tião, diz que não é fácil acompanhar um animal na marcha batida. Por que? “É mais difícil”, avalia. E só. Todos os dias treinam. E os movimentos, segundo ele, são os mesmos. “E para competir o treinamento é brabo. “Se o tratador der uma passada fora do ritmo, o animal também erra. Aí já era título”, acentua.
Dono de cinco títulos nacionais conquistados na Exposição Nacional de Belo Horizonte, e de muitos outros regionais, diz que os treinos devem começar cedo. “Assim que o bichinho se segure no chão”, ensina. “Se a gente ganhar, o nosso passe fica mais valorizado porque alguns reconhecem o nosso trabalho”, revela.
Fonte: Secom Feira de Santana