Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários de pequeno porte, no terceiro trimestre, também mostra preocupação com a alta carga tributária e a taxa de juros elevada
Empresários da indústria de transformação — que desempenha um papel estratégico no fortalecimento de todo o setor produtivo — e da construção mostraram preocupação com a falta de qualificação do trabalhador, o alto custo do funcionário qualificado e com a competição desleal neste terceiro trimestre de 2023. É o que mostra o Panorama da Pequena Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A elevada carga tributária foi apontada como o maior desafio para a indústria de transformação. Já para a construção, as taxas de juros elevadas aparecem em primeiro lugar. Além disso, como explica a analista de Políticas e Indústria da CNI, Paula Verlangeiro, há outros problemas que os empresários destacaram como preocupantes neste trimestre.
“Os problemas que ganharam mais destaque neste terceiro trimestre foram a competição desleal, que engloba pirataria, contrabando, ilegalidade, essas práticas que atingem diretamente o ambiente de competição sadia.”
Principais desafios
A qualificação profissional ainda é um grande desafio. O panorama mostra que faltam profissionais qualificados para trabalhar e, quando eles existem, o custo é elevado.
Os números provam isso: o percentual de empresários da indústria de transformação preocupados com essa questão passou de 20,4% no trimestre passado para 22,9% neste trimestre. Entre os empresários da construção civil, o percentual passou de 20,3% no segundo trimestre para 22,6% neste terceiro trimestre de 2023.
A carga tributária foi considerada pelos empresários da indústria de transformação o principal problema no terceiro trimestre. O percentual de pessoas do setor preocupadas com esse assunto chega a 38,8%.
Já a taxa de juros — fixada hoje no Brasil pela Selic em 12,75% — tira o sossego de 34,7% dos empresários de pequeno porte da construção.
Índice de desempenho para a pequena empresa
Com resultado positivo neste terceiro trimestre, o Índice de Desempenho para a Pequena Empresa “leva em consideração o volume de produção, o número de empregados e a utilização da capacidade instalada no trimestre”, como explica a analista Paula Verlangeiro. Segundo ela, o resultado é considerado positivo porque ele ficou “acima da média para terceiros trimestres”.
Outro indicador que também é considerado positivo é a situação financeira, estável diante de uma sequência anterior de resultados negativos.
“Calculada com base na margem de lucro operacional, acesso ao crédito e na percepção geral da situação financeira, dado o histórico do indicador, que vinha em queda e apresentou um aumento, ficando dentro do esperado para o terceiro trimestre”, enfatiza a analista.
Fonte: Brasil 61