Ana Júlia, Ana Carolina, Maria Eduarda, Elisa Maria, Ananda Marcela, Ana Clara, Yasmin, Isabele serão as alunas do Projeto Balé para Autistas, iniciativa inédita em todo o país por ser exclusivo para quem tem este transtorno. É oferecido pelo Projeto Arte de Viver, patrocinado pela Fundação de Cultura Egberto Costa, no Centro de Cultura Maestro Miro.
Será um projeto pautado pelo desafio, diz o professor de balé, Adauto Silva, mesmo com a experiência de há anos trabalhar com crianças pequenas. “Trabalhar com estas crianças em uma sala homogênea é desafiador”, afirma o professor, que comenta estar preparado para entrar no universo destas crianças. “Primeiro vamos ganhar a confiança de todas elas”.
Um dos pontos evidenciados por ele são as novas metodologias que serão apresentadas em sala de aula, criadas especialmente para estas meninas. Destacou a importância da equipe, que define como ‘transdisciplinar’, formada por vários profissionais que vai acompanhar as crianças. “Estamos prontos para mais este desafio por acreditar no poder de transformação da música”.
Desafio para o professor: muitas delas não falam e os sons que emitem nem sempre da para serem entendidos. A linguagem que vai ser usado entre as partes será a corporal, mais complexa, um canal eficiente, universal. As aulas serão iniciadas a partir da segunda semana de março. Para que se entenda um pouco do desafio: o locutor pediu para que o público que estava no teatro Angela Oliveira recebesse as crianças com aplausos discretos. Elas não gostam de barulho.
A dona de casa Roqueline Amorim de Queiroz, mãe de Isabele, 7 anos, e Yasmin, 9, que respectivamente teem graus leve e severo da doença, também está confiante de que as suas filhas evoluam com as atividades. “Elas não estudam porque são agitadas e se machucam. Por isso, não são aceitas. Aqui, acredito que elas se desenvolverão bem”.
Afirma que a iniciativa do governo municipal é mais lâmpada que da visibilidade às crianças autistas. “Elas são esquecidas. As escolas não aceitam”. O balé, diz, será a oportunidade para que elas convivam com outras crianças que enfrentam os mesmos problemas. “Elas parece que se entendem”.
Mãe de Ana Júlia, 4 anos, Angelina Perin espera que a filha tenha um bom relacionamento com o balé. “Aqui ela vai ocupar parte do seu tempo, terá a oportunidade de se socializar e conviver com crianças que enfrentam os mesmos problemas”. Patrícia Araújo, mãe de Ana Clara, que tem grau leve, além da dança, vai buscar melhorar o relacionamento com outras pessoas.
O prefeito Colbert Filho foi representado pelo assessor Denilton Brito e o presidente da Funtitec, Antônio Carlos Coelho, por Aline Santos Miranda, que responde interinamente pelo órgão. Cíntia de Souza, que preside o Instituto Família Azul, destacou as ações neste setor que estão sendo realizadas pelo governo municipal.
Como o centro de referência para o tratamento do autismo, aula de caratê, mais o fato do pioneirismo da turma exclusiva do balé para meninas. Revelou que todos os dias, em Feira de Santana três crianças são diagnosticadas com os diversos níveis do autismo. “Mas rimos, brincamos, choramos. Temos força. Estes são espaços que melhorarão a vida destas crianças”.
Fonte: Secom Feira de Santana