Ainda em decorrência das investigações a respeito do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, foram presos, na manhã desta sexta-feira (15), sete funcionários da mineradora. Além disso, uma oitava pessoa está sendo procurada pela polícia.
A operação que resultou na prisão desses funcionários – que ainda não tiveram todos os nomes divulgados à imprensa – é feita em três estados brasileiros: em Minas Gerais, em São Paulo, e no Rio de Janeiro. Além das prisões, são cumpridos ainda 14 mandados de busca e apreensão por conta das investigações sobre Brumadinho .
Todos os mandados de prisão expedidos seriam contra oito funcionários da Vale , quatro gerentes e quatro da equipe técnica da mineradora. Um dos presos, Alexandre de Paula Campanha, era diretor da companhia e foi preso em casa, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Segundo informações da Globo News , Campanha foi citado em um dos depoimentos dos engenheiros da empresa alemã TÜV SÜD contratados pela Vale, como a pessoa que teria pressionado os engenheiros para assinar o laudo que atestava estabilidade da barragem, sob o risco de perder o contrato.
A tragédia, ocorrida no final do mês passado, deixou mais de 165 mortos . O município foi invadido pela lama e pelos rejeitos de minério. Muitas das vítimas são funcionários ou terceirizados da própria Vale , que tinha um complexo administrativo no local. O refeitório da empresa ficava muito perto da barragem rompida e foi totalmente soterrado.
Integrantes do Governo Federal já admitiram que não será possível resgatar os corpos de todas as vítimas da tragédia. “Este é um episódio de muita gravidade. Algumas pessoas, triste e lamentavelmente, não serão recuperadas”, disse o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, após reunião do comitê de crise montado para acompanhar a situação.
Logo após a tragédia de Brumadinho , dois engenheiros que atestaram a segurança da barragem, além de três funcionários da Vale, foram presos. Os cinco já foram soltos. O governo afirmou que “tomará medidas” para impedir tragédias parecidas e falou em aumentar a fiscalização.