O corpo de Márcio Perez, de 42 anos, perseguido e morto por policiais militares na Avenida Simón Bolívar, que fica no bairro de Jardim Armação, em Salvador, será enterrado na Espanha, onde moram os pais da vítima. Os militares envolvidos no caso estão sendo ouvidos nesta sexta-feira (21).
Um vizinho e amigo da vítima disse à reportagem da TV Bahia que a mãe dele chega ao Brasil também nesta sexta para buscar o corpo de Márcio e levar para a Europa. O corpo dele foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) no final da manhã de quinta-feira (20).
Os policiais que participaram da ação são ouvidos na sede da Corregedoria da Polícia Militar. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) não detalhou quantos militares prestam depoimento.
A família da vítima conta que, depois de balearem Márcio, os PMs levaram o corpo dele para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e disseram aos funcionários que a vítima tinha morrido em um acidente de carro.
Um médico que fez o atendimento percebeu que Márcio tinha uma perfuração de arma de fogo na nuca.
“O pessoal da UPA disse que ele chegou lá com os policiais dizendo que ele estava lá porque aconteceu um acidente. Não disseram que ele tinha sido alvejado. O médico que atendeu ele lá foi que percebeu que tinha uma perfuração atrás da cabeça dele”, contou a ex-esposa dele, que preferiu não se identificar.
O crime é investigado pela corregedoria, em conjunto com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.
Caso
O crime aconteceu na noite de quarta-feira (19), enquanto Márcio Pérez, 42 anos, chegava em casa com uma amiga, no bairro do Costa Azul. A viatura dos policiais se aproximou do veículo da vítima com os faróis altos e o giroflex desligado.
Testemunhas contam que Márcio não percebeu que se tratava de uma equipe da PM e se assustou. Ele fugiu do local achando que se tratava de um assalto e foi perseguido pelos policiais, que o alvejaram. Márcio acabou baleado na cabeça.
A guarnição envolvida no crime foi afastada das ruas. A Polícia Militar informou que a equipe que participou do assassinato de Márcio não é responsável pelo patrulhamento na área onde a vítima foi perseguida.
A PM não disse, no entanto, qual área pertencem os militares envolvidos e nem o que eles faziam no local.