Um homem invadiu a Catedral Metropolitana de Campinas na tarde desta terça-feira (11) e matou cinco pessoas a tiros. Quatro pessoas morreram no local e uma faleceu após ser socorrida, segundo informações do Corpo de Bombeiros. Outras três pessoas ficaram feridas e foram levadas para os hospitais Mario Gatti e de Clínicas da Unicamp. O suspeito cometeu suicídio após efetuar os disparos com a arma de fogo.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o suspeito teria entrado na Catedral com uma pistola e um revólver calibre 38, e se matado em frente ao altar após os crimes. O homem teria invadido o local por volta de uma da tarde.
Uma missa teria começado por volta de 12h15 na catedral. Equipes do Samu e dos Bombeiros foram enviadas ao local, por volta das 13h20. O entorno da Catedral foi isolado e câmeras da Central de Monitoramento de Campinas registraram a movimentação na área.
O estado de saúde dos feridos não foi divulgado. As vítimas ainda não foram identificadas e a polícia investiga a motivação do crime. Através das redes sociais, a Arquidiocese de Campinas lamentou a tragédia desta terça-feira.
Pelo Twitter, o governador eleito de São Paulo, João Doria, postou uma mensagem lamentando o ocorrido em Campinas. “Minha solidariedade aos familiares das quatro vítimas que foram cruelmente assassinadas na Catedral Metropolitana de Campinas nessa tarde”, escreveu ele.
Atirador de Campinas trabalhou como auxiliar da Promotoria de SP
A Polícia Civil informou que Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, é o autor dos disparos na Catedral Metropolitana de Campinas. Ele era morador de Valinhos, cidade vizinha a Campinas.
Euler foi servidor concursado do Ministério Público do Estado de São Paulo, atuando como auxiliar de Promotoria I, na Comarca de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo. O Ministério Público de São Paulo informou que ele pediu exoneração do cargo em 3 de julho de 2014. O perfil de Euler em uma rede social, sem postagens, informa que ele estudou no Colégio Técnico da Unicamp e na Unip, em Campinas.
O delegado José Henrique Ventura, que acompanha as investigações do caso, informou que Euler Fernando Grandolpho não tem antecedentes criminais. “A profissão, ao que parece, é analista de sistemas. É uma pessoa fora de qualquer suspeita em circunstâncias normais. Agora, com a identificação, nós vamos investigar a motivação”, apontou.
A carteira de habilitação do atirador foi encontrada em uma mochila dentro da igreja. Ventura informou que será feita uma diligência à casa de Grandolpho para buscar informações que possam levar ao esclarecimento do crime. “Vamos fazer um levantamento da casa, de quem mora, se é casado. Os dados para saber os antecedentes antes dele chegar a Campinas”, explicou.
Investigações preliminares apontam que Grandolpho não conhecia as vítimas. “Estamos agora identificando as vítimas, porque o que nos interessava primeiro era saber quem era o atirador”, apontou o delegado.
As imagens de câmeras de segurança mostram que o atirador entrou na igreja, sentou em um dos bancos e começou a atirar em pessoas que estavam atrás dele. Ele tinha uma pistola e quatro carregadores. “Usou dois carregadores e tinha dois cheios com 22 cápsulas”, disse Ventura. Antes de se matar, o atirador foi atingido pela polícia.
Testemunha
O aposentado Pedro Rodrigues, 66 anos, estava em um dos últimos bancos da igreja quando o atirador abriu fogo. “Eu peguei o final da missa, sentei, mais ou menos depois de 5 minutos que tinha terminado a celebração. Começou a chegar as pessoas para fazer as ações individuais e de repente percebi que no meio um rapaz se levantou, se posicionou em frente a um casal e começou a atirar à queima roupa. Eu vi dois tiros”, contou. Rodrigues correu para fora da igreja e continuou a ouvir disparos. “Eu escutei mais ou menos 15 disparos”.
O tiroteio ocorreu por volta das 13h25, segundo informações da Polícia Militar. Quatro pessoas morreram no local. Ainda não se sabe a motivação do crime.
Feridos
Um homem de 84 anos, que foi atingido no tórax e no abdômen, passou por cirurgia no Hospital Municipal Doutor Mário Gatti e agora está na Unidade de Terapia Intensiva. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o estado de saúde dele é grave. Uma mulher de 65 anos foi levada para a mesma unidade, permanece em observação, mas o estado dela é estável. Ela foi ferida no tórax, na mão e teve uma fratura na clavícula.
As outras duas pessoas baleadas foram levadas para o Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e para o Hospital Beneficência Portuguesa de Campinas.
* Com informações de Eliane Gonçalves, da Rádio Nacional