Cerca de 43 mil pessoas acompanharam neste domingo, 20, as mais de 5 horas de programação em homenagem à Santa Dulce dos Pobres, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Durante o evento, foi celebrada missa em homenagem à santa, presidida por dom Murilo Krieger, arcebispo da capital baiana.
“Quando a senhora poderia ter imaginado que um dia, num domingo, uma multidão se reuniria por sua causa num estádio de futebol? Futebol, aliás, que a senhora tanto apreciou nos seus tempos de adolescência”, afirmou o arcebispo durante a homilia, dirigindo-se ao Anjo Bom da Bahia.
Além da celebração, que uniu todo o estádio em momentos de silêncio absoluto e também na entoação de cânticos, foi apresentado o espetáculo teatral Império do Amor, que mostrou a vida de Irmã Dulce, desde que ela decidiu transformar um galinheiro em um espaço para abrigar doentes até sua morte e canonização. Participaram quase 700 atores, sendo 482 crianças e adolescentes do Centro Educacional Santo Antônio (Cesa), além de idosos da instituição e artistas.
Um dos momentos de grande emoção foi a passagem dos dois miraculados: Claudia Santos, que foi curada de uma grave hemorragia após dar à luz o filho Gabriel, que a acompanhava; e José Maurício Moreira, que voltou a enxergar depois de 14 anos cego. O público também ovacionou a participação dos cantores Margareth Menezes e Saulo. O Padre Antônio Maria cantou Nossa Senhora.
Presente na celebração, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), ressaltou que o exemplo de vida de Santa Dulce não deve ser seguido apenas por católicos, mas por toda a sociedade. “É uma inspiração de fé não só para pessoas católicas, mas também de outras religiões. A inspiração não vem necessariamente da religião, mas do exemplo de vida, da dedicação. Por isso, afirmamos que Irmã Dulce está acima das religiões pela sua vida e história de cuidado com as pessoas.”
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), comentou a construção do Caminho da Fé, trajeto que vai levar os fiéis e turistas a dois dos pontos religiosos mais importantes de Salvador: o Santuário de Santa Dulce dos Pobres, no bairro de Roma, e a Basílica do Senhor do Bonfim, no bairro de mesmo nome.
“O que nos traz aqui primeiramente é nossa fé, mas claro que a prefeitura precisa ter a inteligência de desenvolver ainda mais uma estratégia de turismo religioso em nossa cidade”, explicou. “A ideia é que a gente possa receber um número umas vez maior de turistas interessados em conhecer mais de perto a nossa Santa Dulce.”
Após o fim da celebração, todo o público assistiu a uma procissão com a imagem de Santa Dulce sob as luzes das lanternas de celular e entoando o hino à Santa: “Salve a Santa Dulce do amor; veja os grandes feitos do Senhor”.
Renata Farias, especial para o Estado