Especialista destaca desafios climáticos enfrentados em maio, como a falta de chuvas na região Centro-Oeste, que afetaram o ciclo das culturas
Em maio, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2024 deve alcançar 296,8 milhões de toneladas, 5,9% menor que a obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas). Esse resultado mostra que houve uma redução de 18,6 milhões de toneladas. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A área destinada à colheita é de 78,3 milhões de hectares, representando um aumento de 0,6% em comparação com a área colhida em 2023, o que equivale a um crescimento de 454.502 hectares. Em relação a abril, houve um aumento de 0,6%, correspondendo a 445.140 hectares adicionais.
O arroz, o milho e a soja, que são os três principais produtos, juntos representam 91,5% da estimativa de produção e são responsáveis por 87,2% da área destinada à colheita.
Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do LSPA de maio 2024, aponta que o Brasil foi atingido por “muitos” problemas climáticos em maio, como a falta de chuvas na região Centro-Oeste, além de temperaturas altas.
“Encurtaram o ciclo de algumas lavouras e, consequentemente, diminuíram a produtividade. Alguns produtores tiveram que fazer replantio para cultura da soja, por exemplo. Outros acabaram optando por aumentar as áreas de algodão. Inclusive, estamos batendo recorde na produção de algodão. Este ano nossa estimativa é de 8,5 milhões de toneladas, um crescimento de quase 10% em relação ao ano passado, que também foi recorde”, informa.
Guedes explica que devido aos problemas climáticos, a safra de milho deve ser menor este ano, com uma estimativa de 114,5 milhões de toneladas. Também houve uma redução da área plantada, pois o preço do milho não estava “muito atrativo” para o produtor.
O gerente de agricultura também aponta que apesar dos eventos climáticos que ocorreram no Rio Grande do Sul, parte das lavouras já estavam colhidas.
“Tivemos um pequeno decréscimo de 1,6% na produção do Rio Grande do Sul neste mês, que é o maior estado produtor de arroz, mas que foi compensado por um aumento de produção em outros estados, como Minas Gerais, onde está sendo cultivado o arroz irrigado com pivô central. Compensou um pouco essa queda no Rio Grande do Sul”, pontua.
Produção por região
Segundo o levantamento, a estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas registrou variação anual positiva em duas regiões: Sul (5,0%) e Norte (8,5%). No entanto, ocorreu uma variação anual negativa nas demais regiões: Centro-Oeste (-12,8%), Sudeste (-8,5%) e Nordeste (-2,8%).
Em termos de variação mensal, as regiões que registraram crescimento foram Nordeste (0,2%), Norte (0,8%) e Sudeste (2,3%), enquanto as demais apresentaram declínio: Sul (-3,0%) e Centro-Oeste (-0,7%).
Mato Grosso mantém a liderança como o maior produtor nacional de grãos, contribuindo com 29,2% do total, seguido pelo Paraná (13,4%), Rio Grande do Sul (12,7%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (7,3%) e Minas Gerais (5,9%). Em conjunto, esses estados representaram 79,1% da produção total.
Fonte: Brasil 61