A evolução no diagnóstico e o tratamento são os maiores aliados no dia a dia de trabalho para os guardiões do coração
Agosto também é o mês para comemorar o dia dos profissionais que desempenham um papel vital na preservação da saúde cardiovascular das pessoas. Em 14 de agosto, celebramos os médicos cardiologistas, que dedicam suas carreiras ao estudo e tratamento do coração e dos vasos sanguíneos. Com o passar dos anos, a cardiologia passou por um grande avanço, transformações significativas que impactaram diretamente na saúde dos pacientes com doenças cardíacas, que continuam sendo uma das principais causas de mortalidade no mundo.
A cardiologia é uma profissão que exige constante atualização e adaptação às novas descobertas e inovações. Nos últimos anos, os profissionais têm se beneficiado imensamente do avanço da inteligência artificial (IA). Ferramentas de IA estão revolucionando todas as áreas da Medicina e, principalmente, a maneira como exames são analisados e interpretados. No caso do ecocardiograma, por exemplo, a IA pode automatizar a análise das imagens, medindo com precisão volumes ventriculares e identificando disfunções valvares que poderiam passar despercebidas. Isso não só agiliza o processo diagnóstico, como também aumenta a precisão, garantindo que os pacientes recebam o tratamento mais adequado o quanto antes.
Outro avanço significativo está na área de exames de imagem. A angiotomografia de coronárias, que utiliza a tomografia computadorizada para avaliar os vasos sanguíneos e a ressonância magnética cardíaca tornaram-se ferramentas indispensáveis no arsenal diagnóstico dos cardiologistas. “A cardiologia é uma área com muitos detalhes e com diferentes diagnósticos que variam de paciente para paciente. A introdução da inteligência artificial e o avanço dos exames e diagnósticos ajudam demais no trabalho do médico cardiologista e, por consequência, no tratamento dos pacientes”, comenta o médico cardiologista e professor do curso de Medicina da Unex Feira de Santana, Dr. Rodrigo Cacau.
Além dos avanços nos exames, a cardiologia tem visto um crescimento nas técnicas minimamente invasivas para o tratamento de diversas condições cardíacas. O implante transcateter de válvulas cardíacas (TAVI), ou simplesmente cateter, oferece uma alternativa para pacientes que passam por um processo degenerativo e enrijecido na válvula aórtica e não poderiam passar por uma cirurgia tradicional. A técnica trouxe bons resultados como menos complicações após o procedimento e rápida recuperação dos pacientes submetidos.
Outra grande evolução é a implantação da cirurgia robótica assistida, que oferece precisão e segurança para procedimentos complexos. Com o uso de robôs, os cirurgiões cardiologistas conseguem realizar operações com menos invasão, reduzindo o tempo de internação e acelerando o processo de recuperação. Isso se traduz em um impacto direto na qualidade de vida dos pacientes, que podem retornar às suas atividades cotidianas em menos tempo. Na Bahia, o procedimento pode ser encontrado em grandes hospitais particulares. Já a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) divulgou que mais de 60 profissionais de diversas áreas da cirurgia passaram por treinamento para a cirurgia robótica no Hospital Geral Roberto Santos, no mês de fevereiro deste ano.
Segundo o Dr. Rodrigo, os avanços em medicamentos, dispositivos ou desfibriladores automáticos são muito significativos, não somente para o êxito no trabalho profissional, mas também para melhorar a vida dos pacientes cardíacos. “A cirurgia robótica é uma realidade que muda todo um cenário que poderia ser negativo para um paciente. É importante sinalizar que o robô não faz a cirurgia sozinha, mas reproduz todos os nossos movimentos. Não estamos isentos da responsabilidade de uma cirurgia e trazer essa realidade e inovações para a academia é extremamente importante. Vamos formar médicos já ambientados com as novas tecnologias, novos medicamentos e prontos para encarar um cenário médico sempre em evolução”, diz Cacau.
Fonte: Lorena Souza