O fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, 74, e o caseiro Alain Reis de Santana, 33, que trabalhava com ele, foram ouvidos durante audiência de custódia após a prisão por suspeita de ajudar na fuga de Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos. O mais novo foi liberado; o outro, preso e levado para a Unidade Prisional de Águas Lindas (GO).
As decisões da audiência partiram da juíza Luciana Oliveira da Silveira, da comarca de Cocalzinho (GO). No caso de Alain, a magistrada considerou que as acusações contra o caseiro eram “frágeis”, principalmente diante da relação hierárquica entre ele e o fazendeiro.
A manutenção de Elmi Caetano na cadeia decorreu de indicativos da atuação do fazendeiro para favorecer Lázaro. Na audiência, ele teria admitido ser dono da arma e de “número significativo de munições” apreendidos. Além disso, a juíza encontrou “indícios de que ele, por vários dias, deu guarida, em sua fazenda, a criminoso que se supõe de altíssima periculosidade, investigado por praticar crimes gravíssimos e procurado, há mais de 15 dias, por força-tarefa que congrega centenas de policiais”. “Entendo estar presente o perigo gerado pelo estado de liberdade e serem insuficientes medidas cautelares não detentivas para resguardar os bens jurídico em tela”, justificou a magistrada.
Alain teve direito à liberdade provisória, enquanto a prisão de Elmi Caetano se converteu em preventiva. A defesa do fazendeiro pediu pela prisão domiciliar do cliente e alegou que os cuidados médicos na unidade prisional não seriam suficientes para garantir a saúde do acusado. A polícia deteve os dois na quinta-feira (24/6), por volta das 15h, na propriedade do fazendeiro, em Girassol.
Para todas as perguntas feitas durante a audiência, Elmi disse não ter nada a declarar. Já Alain contou que Lázaro comeu e dormiu na fazenda de Elmi Caetano por, ao menos, cinco dias. Além disso, o fugitivo teria ameaçado o caseiro com uma faca, na manhã de quarta-feira (24). O criminoso prometeu ir atrás da família de Alain, caso revelasse o paradeiro dele. No dia seguinte, o foragido correu para um dos quartos da casa, escondeu-se e fez sinal para que Alain saísse do imóvel, pois havia policiais na cerca da propriedade.
O funcionário falou às equipes de segurança que trabalhava no local e não tinha autorização para deixar os militares e agentes entrarem. Ele disse à juíza que não revelou aos policiais que Lázaro estava no endereço, devido às ameaças. Nos dias em que ficou na fazenda, o foragido usou camisa social preta, calça justa ao corpo, sapato e boné pretos. No momento da chegada da força-tarefa, o criminoso fugiu para um córrego.
Buscas – Mais de 270 policiais continuam as buscas neste sábado. O perímetro atual está com raio de 10km. O trabalho continua, de forma ininterrupta, envolvendo as polícias Militar e Civil de Goiás e do Distrito Federal, Polícia Federal e Rodoviária Federal, além da DPOE/DF.
Lázaro Barbosa é investigado por pelo menos sete crimes, cometidos antes do assassinato de quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal no último dia 09. A maioria dos casos seriam de latrocínios (roubo seguido de morte).
Fonte Metro1