Com a nova Faixa 4, famílias com renda de até R$ 12 mil terão acesso a juros menores e prazos mais longos para financiamento
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) acaba de ganhar uma importante ampliação. O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aprovou a criação da Faixa 4, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil. Com isso, a classe média poderá financiar imóveis de até R$ 500 mil, com juros nominais de 10% ao ano e prazo de pagamento estendido em até 420 meses (35 anos).
O anúncio da nova modalidade foi feito pelo presidente Lula no início de abril e deve entrar em vigor até o fim de maio. A medida pretende ampliar o acesso à moradia para um público que antes ficava fora das faixas de renda atendidas pelo programa. Até então, apenas famílias com rendimentos de até R$ 8 mil podiam participar do MCMV.
A Faixa 4 contará com um aporte total de R$ 30 bilhões, sendo R$ 15 bilhões vindos diretamente do FGTS e outros R$ 15 bilhões mobilizados por instituições financeiras, com recursos da poupança, LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e do Fundo Social do Pré-Sal. Segundo o Ministério das Cidades, a expectativa é que cerca de 120 mil imóveis sejam financiados por meio dessa nova categoria.
A novidade tem uma regra importante: só será possível adquirir o primeiro imóvel com os recursos da Faixa 4. O financiamento cobre até 80% do valor da propriedade, cabendo ao comprador arcar com os 20% restantes.
Além da criação da nova faixa, o Conselho do FGTS também aprovou o reajuste nos limites de renda das demais categorias do programa. A Faixa 1 passou a atender famílias com renda de até R$ 2.850 (antes era R$ 2.640), com subsídio de até 95% do valor do imóvel. Já a Faixa 2 agora aceita famílias com até R$ 4.700 de renda (antes era R$ 4.400), com subsídio de até R$ 55 mil e juros reduzidos. A Faixa 3 teve seu teto de renda elevado de R$ 8 mil para R$ 8.600, com financiamento de imóveis de até R$ 350 mil e juros entre 7,66% e 8,16% ao ano — sem subsídio, mas com melhores condições de crédito.
Outra mudança importante está direcionada ao interior do país. Para municípios com até 100 mil habitantes, o valor máximo para compra de imóveis foi reajustado. Agora, o teto varia entre R$ 210 mil e R$ 230 mil, representando um aumento de 11% a 16% em relação aos limites anteriores.
Também foi aprovada uma flexibilização para famílias que ganham até R$ 4.700 — integrantes das Faixas 1 e 2 — que agora poderão financiar imóveis com o teto da Faixa 3 (R$ 350 mil). Nessas situações, o financiamento segue as regras da Faixa 3, com juros mais baixos, mas sem subsídios governamentais.
Com essas atualizações, o Minha Casa, Minha Vida dá um passo importante para se tornar mais inclusivo, beneficiando desde famílias de baixa renda até a classe média urbana e interiorana, que agora poderão realizar o sonho da casa própria com mais facilidade.
Fonte: Redação Portal Rádio Repórter com informações Brasil 61